O acordo entre o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e o golpista Roberto Micheletti é visto com cautela pelos negociadores brasileiros. A atenção está concentrada nas articulações no Congresso Nacional hondurenho, que não tem data para definir o possível retorno de Zelaya Presidência, e aguarda orientação da Suprema Corte.
Para os negociadores brasileiros, o acordo firmado na quinta-feira (29) é positivo, mas representa apenas o primeiro passo para futuros avanços. A expectativa, segundo diplomatas que acompanham o processo político em Honduras, é que a pressão internacional sobre o Parlamento e a Corte favoreça o cumprimento do texto.
Pelo documento, o retorno de Zelaya Presidência depende de aprovação do Congresso Nacional de Honduras, que só vai definir sobre o caso depois de consultar a Suprema Corte. O texto não estabelece prazos nem datas. Alguns especialistas afirmam que os parlamentares hondurenhos devem autorizar a restituição do presidente deposto. Mas os negociadores brasileiros não arriscam palpites.
Os governos brasileiro e de outros países acreditam que o acordo acabe com a crise no país, que começou há quatro meses, com o golpe de Estado que tirou Zelaya da Presidência de Honduras.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) enviará uma missão específica ao país para acompanhar o cumprimento do acordo.
Independentemente do acordo, as eleições em Honduras estão marcadas para o dia 29 de novembro. Há mais de um mês, Zelaya e seus correligionários estão abrigados na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa. O presidente deposto buscou abrigo na representação brasileira depois de conseguir retornar ao país, de onde foi expulso por militares que o sequestraram em 28 de junho.
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