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Dois dos três negociadores do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, mostraram posições divergentes sobre a crise no país, segundo o jornal local "El Heraldo". O trio nomeado por Zelaya discute, em reuniões em Tegucigalpa, o fim da crise interna com três enviados do governo de facto (expressão utilizada na diplomacia para designar o governo golpista), liderado por Roberto Micheletti.

Um dos enviados do líder deposto, Juan Barahona, afirmou na quinta-feira (8) à noite que "no dia seguinte que Zelaya for restituído ao poder, estaremos nas ruas pela Constituinte". Barahona se referiu à Assembleia Constituinte impulsionada por Zelaya, medida que causou a crise política que levou ao golpe de 28 de junho. Micheletti afirma que é crucial que Zelaya desista de tentar reformar a Constituição para o fim da crise.

O outro delegado apontado por Zelaya para as negociações na capital, Víctor Meza, afirmou que deve prevalecer o chamado Acordo de San José, que não prevê a convocação de um referendo sobre a Carta, "ao menos neste governo". O próprio Meza, porém, negou divergências entre os negociadores e ressaltou que o acordo será firmado apenas pelo próprio Zelaya.

Deposto em junho e expulso do país, Zelaya retornou em 21 de setembro a Tegucigalpa e, desde então, está abrigado na Embaixada do Brasil. Uma missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) deixou ontem o país após ajudar no início do diálogo formal entre as partes, porém sem grandes avanços.

Eleições

Honduras tem eleições marcadas para 29 de novembro, mas a comunidade internacional exige o retorno do líder eleito e ameaça não reconhecer a disputa se até lá o governo Micheletti continuar no comando. Também está em discussão a possibilidade de Zelaya responder na Justiça a processos pelas supostas violações que cometeu no cargo, entre elas a tentativa de reformar a Constituição, rechaçada pelo Judiciário hondurenho.

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