A delegação de facções palestinas no Cairo considera que suas reivindicações são "claras e irrenunciáveis", embora não teria problema em dialogar diretamente com Israel, assegurou neste sábado o dirigente do Fatah Azzam al Ahmad, que lidera o grupo.
Em entrevista à imprensa, Ahmed expressou sua esperança de que as próximas horas serão "decisivas", embora insistiu que as reivindicações palestinas são "claras e irrenunciáveis".
Ahmed se encontra no Cairo há uma semana e lamentou que em todo esse tempo ainda não tenha escutado a opinião de Israel sobre nenhuma das reivindicações palestinas, recebendo toda a informação através dos meios de comunicação.
Os palestinos redigiram um documento, posteriormente entregue pelos mediadores egípcios a Tel Aviv, no qual exigiam a Israel um cessar-fogo, a libertação de presos, o desbloqueio de Gaza, e a abertura de um porto e um aeroporto na Faixa, entre outras questões.
Estes pedidos foram rechaçadas por Tel Aviv, o que provocou que o movimento palestino Hamas retomasse os ataques contra Israel, e este retomasse a ofensiva sobre Gaza.
Com relação à possibilidade de falar diretamente com Israel, Ahmed assegurou que a delegação "não tem nenhum impedimento em fazer" se Tel Aviv quiser.
Ahmed destacou que ele fala em nome de toda a delegação, independentemente da facção palestina à qual pertença cada um de seus membros porque o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, se encarregou de unificar o grupo.
"Como palestinos não queremos uma escalada da violência, mas é nosso direito nos defender", advertiu, para reiterar que seguirão no Cairo trabalhando para pôr fim ao derramamento de sangue das duas partes do conflito, porque "é a prioridade".
Ahmed criticou a comunidade internacional, que qualificou de "injusta" por não se preocupar com os ataques contra civis palestinos e só condenar as agressões aos israelenses.
A violência na zona segue no final na sexta-feira de três dias de trégua respeitada estritamente pelas partes e conseguida após vários tentativas infrutíferos com a mediação do Egito.
Israel insiste em não negociar enquanto continuarem as agressões procedentes de Gaza, e a delegação israelense que participava dos contatos abandonou na sexta-feira Cairo e por enquanto, não deve retornar, segundo a mídia israelenses.
O número de palestinos mortos desde o início da intervenção israelense chega já aos dois mil, a maioria civis e 448 deles crianças, enquanto as vítimas israelenses chegam a 67 falecidos e 500 de feridos.