Grupos de extrema-direita na Alemanha realizaram 1.029 ataques no ano passado, informou um relatório oficial do Ministério do Interior. A maioria dos casos ocorreu na parte oriental do país, uma região que viveu por 40 anos sob o regime comunista e está se tornando um solo fértil para atividades terroristas e racistas de neonazistas.
Segundo o relatório, os cinco novos estados federados do Leste da Alemanha, onde vive apenas um quinto da população do país, é a região onde ocorre o maior número de ataques racistas por grupos neonazistas. Dos 130 registados pelas autoridades em 2014, 61 ocorreram nestas províncias e em Berlim. Ou seja, a violência racista no lado oriental cresceu 40% em 2014.
Mas esse é só mais um dos tipos de ataques listados envolvendo membros da extrema-direita alemã, que também incluem tentativa de homicídio, incêndio, roubo e chantagem. De acordo com o Ministério do Interior, foram 1.029 em todo o país no ano passado.
Diante desse cenário, as autoridades alemãs estão alarmadas com o aumento generalizado da violência contra albergues e casas para refugiados, no momento em que o país recebe um número recorde de pedidos de asilo. O ministro do Interior acredita que o número de pedidos de asilo vai quadruplicar este ano, chegando a 800 mil, um recorde absoluto.
“Devemos nos basear em até 800 mil requerentes de asilo”, disse o ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, evocando um “desafio” para o país.
De acordo com estatísticas do Ministério do Interior e do Escritório Federal de Investigação Criminal (BKA), foram 199 ataques a centros de refugiados nos primeiros seis meses do ano. O número é mais que o dobro dos registrados no primeiro semestre de 2014, e a maioria ocorreu no Leste da Alemanha.
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