O ex-presidente argentino Nés­­tor Kirchner rechaçou ontem a suspeita de haver usufruído de informação privilegiada do go­­verno de sua mulher, Cristina Kirchner, na compra de US$ 2 milhões.

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"Diante de versões jornalísticas mal-intencionadas, que afetam minha honra e ganharam relevo público nas últimas ho­­ras, venho informar a comunidade e desmentir formalmen­­te tais comentários", escreveu Kirch­­ner, num e-mail enviado a um radialista argentino e difundido pela agência oficial de notícias Télam.

No último domingo, o jornal Perfil revelou que Kirchner ha­­via adquirido US$ 2 milhões em outubro de 2008, pouco antes de o peso se desvalorizar em relação ao dólar. A variação decorreu da crise financeira mundial e dos reflexos no mercado financeiro da privatização dos fundos de pensão, determinada pelo governo.

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A divulgação da informação suscitou críticas ao fato de o casal presidencial praticar especulação financeira, contrariando os reiterados pedidos de Cristina ao empresariado argentino por mais investimentos na indústria local. Além disso, um parlamentar opositor apresentou denúncia penal contra Kirchner.

O ex-presidente afirmou que os dólares foram usados na compra de um hotel em Calafate (Sul do país), onde os Kirchner já possuíam um empreendimento hoteleiro de luxo.

"Obviamente não existiu a possibilidade de benefício cambial, uma vez que o pagamento efetuado foi na mesma moeda adquirida (dólar)", afirma a nota. Ele ressalta que a operação obedeceu todas as exigências legais e está indicada em sua declaração de renda.