O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo que não permitirá que nenhum soldado de seu país seja julgado por tribunais internacionais e que a intenção do Tribunal Penal Internacional (TPI) de investigar Israel é uma "hipocrisia".
"Não permitiremos que soldados do exército israelense enfrentem (um julgamento) em tribunais internacionais. Quero também dizer que estes passos não nos impedirão de seguir fazendo o necessário para defender o Estado de Israel e seus cidadãos", disse Netanyahu ao abrir hoje a reunião semanal do Conselho de Ministros.
O primeiro-ministro lançou um ataque frontal contra o TPI por seu anúncio na sexta-feira (16) de que investigará as atividades de Israel nos territórios palestinos, que qualificou como "a mais alta hipocrisia e o contrário da justiça".
"Já me deparei com este fenômeno durante meus anos como embaixador na ONU e como primeiro-ministro, mas a decisão da procuradora (do TPI) tem uma categoria em si mesma".
Para Netanyahu o anúncio da procuradora Fatou Bensouda de abrir um exame preliminar por possíveis crimes "dá legitimidade ao terrorismo internacional".
"Lutaremos contra (essa decisão) por todos os meios possíveis, e alistaremos outros para lutar contra este absurdo", em alusão à ajuda que pediu a outros países, entre eles seu aliado Estados Unidos.
O anúncio da procuradora do TPI aconteceu duas semanas depois de os palestinos solicitarem sua adesão a este tribunal internacional e reconhecessem sua jurisdição para crimes cometidos a partir de abril do ano passado.
A data foi escolhida para incluir a operação israelense contra Gaza "Limite Protetor", que deixou mais de 2.100 palestinos mortos - a maioria civis e um quarto de crianças, segundo diferentes relatórios internacionais - e 70 israelenses, 64 deles militares.
Netanyahu antecipou que uma das vias para lutar contra a pressão do TPI é "fortalecer Israel", entre outras formas, com a imigração de judeus.
Após o último atentado a um supermercado kosher em Paris, Israel pretende agilizar os trâmites para que judeus da França e de outros países ocidentais possam ser mais rapidamente à "Lei do Retorno" e se radicarem no país como cidadãos.
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