Ouça este conteúdo
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu nesta segunda-feira (28) ampliar os Acordos de Abraão a mais países muçulmanos para normalizar as relações diplomáticas “no dia seguinte ao fim da guerra”, quando terminarem os conflitos na Faixa de Gaza e no Líbano.
“No dia seguinte à guerra, o Hamas não governará mais Gaza e o Hezbollah não ficará mais em nossa fronteira norte. Mas esse 'dia seguinte' inclui outra coisa extremamente importante: continuar o processo que liderei há alguns anos, com a assinatura dos históricos Acordos de Abraão e alcançar a paz com outros países árabes”, afirmou Netanyahu na abertura da nova sessão do Knesset (Parlamento israelense).
Em setembro de 2020, sob o governo de Netanyahu, Israel normalizou as relações diplomáticas com Emirados Árabes e Bahrein. Meses depois, com Sudão - ainda a ser ratificado - e Marrocos, uma mudança histórica nos equilíbrios do Oriente Médio e do Magrebe. Israel já havia feito as pazes com o Egito, em 1979, e a Jordânia, em 1994.
“Conseguimos quatro acordos de paz: paz pela paz, paz sem força, com países importantes do Oriente Médio. Esses países veem muito bem os golpes que infligimos àqueles que nos atacam: o eixo do mal iraniano. Eles estão impressionados com nossa determinação e coragem. Como nós, eles querem um Oriente Médio estável, seguro e próspero”, disse o primeiro-ministro israelense.
O principal rival regional do Irã no mundo muçulmano é a Arábia Saudita, com a qual Israel estava prestes a selar outro acordo diplomático histórico em 2023, quando o Hamas cometeu os ataques de 7 de outubro, que, entre outras coisas, buscavam minar esse pacto.
“O eixo fanático do mal, liderado pelo Irã, ameaça destruir o nosso país e enredar outros países em sua teia. O Irã está se esforçando para desenvolver um arsenal de bombas nucleares, cujo objetivo é nos destruir”, disse Netanyahu aos parlamentares israelenses.
Israel realizou na madrugada de sábado “ataques de precisão” contra alvos militares no Irã em retaliação ao ataque iraniano em 1º de outubro com cerca de 200 mísseis balísticos após os assassinatos dos líderes de Hezbollah e Hamas, Hassan Nasrallah e Ismail Haniyeh.
“Mostramos - e não pela primeira vez - que nosso longo braço alcançará qualquer lugar de onde venha o chamado para destruir Israel”, declarou o premiê do país.
Desde ontem, as autoridades israelenses advertiram que têm a capacidade de realizar ataques mais agressivos, enquanto o Irã tentou minimizar o impacto, em uma aparente tentativa mútua de diminuir a escalada.
Conteúdo editado por: Fábio Galão