O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta terça-feira (5) a demissão do ministro da Defesa, Yoav Gallant.
O anúncio ocorre em meio à ofensiva israelense contra os grupos terroristas Hamas e Hezbollah na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e no Líbano, além da recente troca de ataques diretos com o Irã e de um escândalo de vazamento de informações confidenciais do gabinete do premiê.
Segundo informações do jornal The Times of Israel, Netanyahu disse numa carta a Gallant, divulgada posteriormente pelo gabinete do primeiro-ministro, que seu período à frente da Defesa israelense terminará 48 horas após o recebimento da mensagem.
Segundo o Times of Israel, Gallant será substituído pelo ministro das Relações Exteriores, Israel Katz.
Netanyahu agradeceu ao ministro pelo seu trabalho, mas alegou que houve uma “quebra de confiança”.
“Infelizmente, embora nos primeiros meses da guerra houvesse confiança e um trabalho muito frutífero, durante os últimos meses essa confiança entre mim e o ministro da Defesa foi quebrada”, disse Netanyahu em uma declaração por vídeo.
“Fiz muitas tentativas de preencher essas lacunas, mas elas continuaram aumentando”, disse o premiê. “Elas também chegaram ao conhecimento da população de uma forma inaceitável e, pior do que isso, chegaram ao conhecimento do inimigo — nossos inimigos gostaram e tiraram muito proveito disso”, acusou Netanyahu.
O primeiro-ministro alegou que essa falta de confiança “não permite a continuação adequada da campanha [militar]” e que a maioria do seu gabinete concorda “que isso não pode continuar”.
Desde o início da atual guerra no Oriente Médio, em outubro do ano passado, o premiê e Gallant discordaram em vários pontos. Em setembro, a imprensa israelense noticiou que Netanyahu cogitava demitir o ministro devido à resistência deste a uma ofensiva em grande escala no Líbano – que, por fim, teve início naquele mês.
Outro ponto de discordância foi o recrutamento de cidadãos ultraortodoxos para servir nas Forças de Defesa de Israel (FDI), o que desagrada fortemente partidos da coalizão de Netanyahu. Gallant havia aprovado na segunda-feira (4) o recrutamento de mais 7 mil ultraortodoxos.