O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursou no terceiro dia da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta sexta-feira (27).
Como esperado, a escalada da guerra no Oriente Médio foi a grande ênfase de suas declarações. O premiê foi recebido com aplausos por parte das delegações presentes, enquanto outras, que têm sido fortes críticas das operações militares do país contra grupos terroristas de Gaza e do Líbano, como o Brasil, deixaram a reunião.
“Eu não pretendia vir aqui este ano. Meu país está em guerra, lutando por sua existência”, disse Netanyahu abrindo seu discurso. “Mas depois que ouvi as mentiras e calúnias lançadas contra meu país por muitos dos palestrantes neste pódio, decidi vir aqui e esclarecer as coisas", acrescentou.
O primeiro-ministro israelense gastou boa parte de seu tempo de fala lembrando os presentes sobre as constantes ameaças do Irã e seus aliados no Oriente Médio. Netanyahu apresentou dois mapas, um indicando quem são os parceiros de Teerã na região e outro mostrando o potencial das relações entre Israel e estados árabes.
"Por um lado, uma bênção brilhante, um futuro de esperança. Por outro lado, um futuro sombrio de desespero", afirmou.
A liderança israelense enviou uma mensagem direta ao regime do Irã, afirmando que Israel irá retaliar qualquer ataque empreendido contra o país. "Não há lugar no Irã que o longo braço de Israel não possa alcançar, e isso é verdade para todo o Oriente Médio", disse.
Em seu discurso, Netanyahu relembrou que a normalização de paz entre árabes e judeus na região parecia "iminente", quando o Hamas lançou seu ataque brutal contra o território israelense. O premiê comparou o massacre terrorista que deixou milhares de civis mortos como "uma reminiscência do holocausto nazista".
Ainda sobre o Hamas, a liderança israelense afirmou que o grupo terrorista tinha quase 40 mil militantes em Gaza no início do conflito que começou em 7 de outubro, agora estão com menos da metade.
Outro ponto de destaque no discurso de Netanyahu na Assembleia Geral foram as críticas contra a ONU. O premiê condenou as Nações Unidas, chamando-as de um “pântano de bílis antissemita que precisa ser drenado".
Netanyahu ainda descreveu a ONU como uma “sociedade anti-Israel da terra plana”. Ele citou também as investigações que correm no Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre a ofensiva israelense. Em maio, Netanyahu disse que o antissemitismo estava por trás de pedido de prisão no TPI contra ele e outras autoridades do país.
Ele também voltou a declarar que o antissemitismo é o que leva as Nações Unidas a criticarem Israel. O primeiro-ministro não fez nenhuma menção a um possível cessar-fogo na Faixa de Gaza ou no Líbano.
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