O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, irá defender a ampliação dos assentamentos judaicos da Cisjordânia quando se reunir com os presidentes dos EUA, Barack Obama, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse um porta-voz dele nesta segunda-feira.

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"Vocês nunca ouviram o primeiro-ministro dizer que irá congelar a construção dos assentamentos. O contrário é verdade", disse Nir Hefetz à Rádio do Exército de Israel, quando consultado sobre a cúpula trilateral de terça-feira, durante a reunião anual da Assembleia Geral da ONU em Nova York.

"Há alguns políticos ... que veem a suspensão das construções, a cessão do território nacional ou danos aos assentamentos da Judeia e Samaria (Cisjordânia) como um patrimônio, algo que pode ajudar Israel. O primeiro-ministro Netanyahu não pode ser incluído entre essas pessoas."

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"Ele vê os assentamentos da Judeia e Samaria como um empreendimento sionista, e os colonos da Judeia e Samaria como seus - nossos - irmãos", acrescentou.

Cerca de 500 mil israelenses vivem junto a 3 milhões de palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios conquistados por Israel na guerra de 1967. A Corte Mundial qualifica os assentamentos de ilegais, e os palestinos dizem que os encraves podem inviabilizar a criação do seu futuro Estado.

Em 2003, Israel comprometeu-se com um plano de paz norte-americano que proibia a expansão dos assentamentos. Mas Netanyahu, apesar da pressão dos aliados EUA, diz que a ampliação dos assentamentos é essencial para acomodar o crescimento natural das famílias de colonos.

Fontes oficiais israelenses disseram que Netanyahu ofereceu na semana passada ao enviado especial do governo Obama à região, George Mitchell, uma paralisação de nove meses nas obras. Washington defende uma paralisação de pelo menos um ano, para convencer o governo de Abbas a retomar as negociações de paz paralisadas desde dezembro.

O negociador palestino, Saeb Erekat, elogiou a intervenção pessoal de Obama. "Nos últimos oito meses, a mensagem clara da comunidade internacional tem sido a de que ambos os lados precisam cumprir suas obrigações", disse ele. "Os palestinos apoiam fortemente tal posição."

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Em nota, ele disse que Israel não pode fugir aos seus compromissos, e que o congelamento dos assentamentos é uma obrigação para Israel, não uma pré-condição palestina.

A reunião de terça-feira será a primeira de Netanyahu com Abbas desde sua posse, em março. Mas funcionários de todas as partes envolvidas minimizam a possibilidade de um acordo que leve a uma rápida retomada do processo de paz. Reservadamente, dize que o evento servirá praticamente apenas para que Netanyahu, Abbas e Obama posem para fotos.

Em artigo no jornal Yedioth Ahronoth, o analista Nanum Barnea disse que a reunião será "uma piada à custa do presidente norte-americano, que escolheu se envolver na política do Oriente Médio e tem sofrido com isso."