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O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta quarta-feira (4) que ofereceu “uma alternativa prática” ao acordo entre as potências e o Irã sobre o programa nuclear em seu discurso no Congresso dos Estados Unidos, na terça-feira (3). Aos parlamentares americanos, ele disse que o pacto não tirará a capacidade iraniana de poder desenvolver a bomba atômica em curto prazo e defendeu que a negociação só deve terminar se o país abrir mão de financiar o terrorismo e de agredir Israel.

A proposta foi criticada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para quem o plano do israelense não representa uma alternativa viável, e por Teerã, que o acusa de mentir “de forma doentia e repetitiva” sobre o programa nuclear. “Propus uma alternativa prática, em que prolongamos o tempo que o Irã levará para conseguir a bomba e prevê sanções mais duras se o acordo é quebrado”, disse Netanyahu, em nota. “Tive a impressão de que os parlamentares entenderam melhor porque este acordo é ruim e qual é a alternativa para ele”.

Dentro de Israel, opositores consideraram que, com o discurso, o chefe de governo feriu a relação com os Estados Unidos para conseguir mais votos na eleição parlamentar de 17 de março, em que ele aparece com desvantagem. “Israel é um país forte, um aliado dos EUA, ou pelo menos até quando Netanyahu decidiu arruinar isso por suas necessidades políticas. Nós precisaremos reatar essa relação”, disse Tzipi Livni, líder do partido centrista Hatnuah.

Negociações

Em meio às críticas do premiê israelense, o secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, entraram no terceiro e último dia de negociações sobre o programa nuclear iraniano.

A previsão é que o diálogo seja retomado no dia 15. A República Islâmica tenta até o fim do mês chegar a um acordo sobre o enriquecimento de urânio com as potências do grupo 5+1 -Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha. O objetivo das potências é persuadir Teerã a restringir seu programa nuclear em troca de alívio das sanções que prejudicam a economia do país e restringem a venda de seu principal produto de exportação, o petróleo.

Os americanos e alguns de seus aliados, como Israel e Arábia Saudita, suspeitam que o país esteja usando o programa para produzir armas nucleares. Teerã nega, dizendo que a pesquisa é para fins pacíficos, como geração de energia e de isótopos para a medicina.

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