O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu rejeitou nesta quinta-feira (17) o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) segundo o qual Israel cometeu crimes de guerra na guerra de três semanas iniciada em dezembro de 2008 em Gaza. Netanyahu advertiu os líderes mundiais de que ele e suas forças antiterror podem ser alvos de acusações semelhantes.
O premiê disse que as forças de Israel estavam exercendo seu direito de autodefesa, depois dos ataques de foguetes realizados por militantes palestinos do Hamas contra o cidades do sul israelense.
"Eles dizem para nós sairmos e depois de termos feito isso somos chamados de criminosos de guerra ao exercer nosso direito de autodefesa? Eu não aceito isso", disse Netanyahu à televisão israelense, em discurso pelo ano-novo judaico, que começa na sexta-feira.
O relatório da comissão da ONU, liderada pelo juiz sul-africano Richard Goldstone, culpou Israel pela morte de civis em Gaza, dizendo que o país usou força desproporcional na ofensiva. Cerca de 1.400 palestinos morreram durante o conflito de três semanas.
Israel afirma que os dirigentes islâmicos do Hamas são culpados, dizendo que eles colocaram lançadores de foguete e seus soldados em locais densamente povoados.
O relatório da ONU também chama de crime de guerra os disparos de foguetes do Hamas contra civis israelenses durante os confrontos.
Netanyahu pediu aos líderes mundiais que apoiem o direito de autodefesa de Israel e rejeitou as descobertas do relatório, incluindo a conclusão de que acusações formais podem ser feitas contra soldados, oficiais e líderes israelenses.
"Eu digo aos líderes mundiais que também sofrem com o terrorismo: não é apenas um problema nosso", disse Netanyahu. "Se eles acusarem soldados, oficiais, pilotos e até líderes israelenses, eles podem acusar vocês também."
Netanyahu disse que aceitaria um Estado palestino na Cisjordânia e em Gaza se ele fosse desmilitarizado, como uma forma de "evitar o próximo relatório de Goldstone" sobre uma operação israelense contra militantes palestinos.
Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, P.J. Crowley, disse esperar que o relatório de Goldstone não se torne um obstáculo para as conversações de paz. Ele disse que os Estados Unidos tem "preocupações sobre o conteúdo do documento", mas não deu maiores detalhes.
Susan Rice, a embaixadora norte-americana na ONU, reiterou as preocupações do governo sobre o que foi chamado de mandato "desequilibrado, injusto e inaceitável".
"Nossa visão é que precisamos nos concentrar no futuro. É hora de trabalharmos para cimentar o progresso na direção do reinício das negociações e de sua conclusão breve e bem-sucedida", disse ela. As informações são da Associated Press.
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