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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta terça-feira (7) que o anúncio feito na segunda-feira (6) à noite pelo grupo terrorista Hamas de aceitar uma proposta de trégua em Gaza “procurou torpedear a entrada” das Forças de Defesa de Israel (FDI) em Rafah, e acrescentou que isso “não ocorreu".
Em uma mensagem de vídeo, o mandatário israelense defendeu a decisão de assumir o controle da extremidade de Gaza na passagem da fronteira para o Egito e disse que, ao fazê-lo, o Exército de seu país conseguiu prejudicar as capacidades do grupo palestino, negando-lhe uma passagem "essencial".
Suas palavras surgem no momento em que se inicia no Cairo, capital do Egito, uma nova rodada de negociações para alcançar uma trégua integral na Faixa de Gaza, com a participação de delegações do próprio Egito, Catar, Estados Unidos, dos terroristas do Hamas, e, neste momento, aguardando a chegada de uma delegação israelense.
Netanyahu reiterou que a proposta aceita pelo grupo terrorista palestino, que contempla várias fases de libertação de reféns e prisioneiros até que seja alcançada uma “calma sustentável”, está longe de cumprir as exigências de Israel.
No entanto, explicou que deu ordens à delegação negociadora israelense para procurar um acordo que cumpra "os requisitos essenciais para garantir a segurança de Israel".
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou nesta terça, durante uma reunião com tropas na fronteira com Gaza, que a operação militar em Rafah não irá parar até que tenha eliminado completamente o Hamas na zona, ou até que seja liberado o primeiro dos reféns.
“Estamos dispostos a fazer concessões para [libertar] reféns, mas se esta opção não estiver disponível, aprofundaremos a operação”, disse o ministro, segundo comunicado de seu gabinete.
Segundo agências internacionais, a tomada da extremidade de Gaza da passagem de Rafah para o Egito pelo Exército israelense ameaça levar os milhares de palestinos deslocados no sul da Faixa a sofrerem uma falta ainda maior de assistência humanitária, uma vez que os dois principais acessos ao sul estão fechados (Rafah e Kerem Shalom). (Com Agência EFE)