O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se encontrará com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh, nesta quinta-feira, como parte de um esforço para reiniciar as negociações de paz no Oriente Médio.
As negociações entre palestinos e israelenses fracassaram após Israel ter se recusado a estender um congelamento parcial de 10 meses na construção de assentamentos na Cisjordânia ocupada, forçando a saída dos palestinos das conversas. A moratória expirou em 26 de setembro.
O encontro tem o objetivo de mover adiante o processo de paz após os Estados Unidos, que mediaram as negociações diretas, terem afirmado em dezembro que não conseguiram convencer Israel a restringir a expansão de assentamentos.
Mubarak acusou Israel pelo fracasso das negociações em um discurso no parlamento em dezembro e pediu que Washington dê novo fôlego ao processo.
A Liga Árabe disse em dezembro ter rejeitado mais conversas sem uma proposta de paz "séria" de Washington.
Uma autoridade egípcia disse que as conversas desta quinta-feira serão para tentar ajudar a romper o impasse na diplomacia para a paz, mas não deu detalhes.
"Irei conversar com (Mubarak) sobre avançar a paz e fortalecer a segurança. Há aqueles que estão tentando minar a tranquilidade, incluindo vários atores como o Hamas e o Hezbollah", disse Netanyahu em comunicado antes das conversas.
As relações do Egito com o Hezbollah foram afetadas desde que o grupo xiita chamou Cairo de "parceiro no crime" de Israel contra os palestinos na Faixa de Gaza.
Cairo condenou 26 homens por planejarem ataques militantes no Egito e disse que eles seriam associados ao Hezbollah.
O Egito também indiciou um empresário egípcio e dois israelenses por espionarem para Israel.
Uma fonte política israelense disse que a pauta das discussões em Sharm el-Sheikh deveria incluir esforços para recuperar o soldado israelense Gilad Shalit, sequestrado em 2006 em território israelense, por homens que cruzaram a fronteira com a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas.
As negociações diretas entre israelenses e palestinos foram reiniciadas em setembro após 20 meses suspensas, mas foram interrompidas novamente três semanas depois.
Palestinos disseram que, para retomar as conversas de paz, Israel deve interromper a expansão de assentamentos em território onde esperam constituir um Estado independente, além de cessar a construção de moradias para judeus em Jerusalém Oriental.