O ex-chefe do Shin Bet, polícia interna de Israel, fez nesta sexta-feira (4) fortes críticas à maneira como o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lida com a questão nuclear iraniana. O funcionário que fez as críticas, Yuval Diskin, comandou o Shin Bet entre 2005 e 2011. Diskin acusou Netanyahu de agir ilegalmente, ao ordenar ao aparato de segurança de Israel que preparasse um ataque contra o Irã antes de obter a aprovação do gabinete de ministros em 2010. Segundo ele, o ataque não se materializou devido à oposição dos chefes do exército e do serviço secreto Mossad, que na época eram o general Gabi Ashkenazi e Meir Dagan.

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"Eu tenho uma sensação muito forte de que na questão iraniana Netanyahu sempre foi assombrado por Menachem Begin, que atacou o reator no Iraque, e por Ehud Olmert, que, como foi dito várias vezes, bombardeou um reator na Síria", disse Diskin. Segundo ele, Netanyahu queria entrar para a história de Israel "como alguém que fez algo da mesma proporção".

Begin, político conservador que era primeiro-ministro de Israel em 1981, ordenou o bombardeio da usina nuclear de Osirak, que o falecido ditador Saddam Hussein construía com auxílio franco-italiano. Já Olmert bombardeou um reator nuclear no leste da Síria em 2007, uma ação não admitida pelo governo de Israel.

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A entrevista de Diskin foi publicada nesta sexta-feira no diário Yediot Ahronot, pouco antes das eleições gerais em Israel, que no dia 22 elegerá novo parlamento. Netanyahu, atual premiê, é o candidato favorito nas pesquisas de intenção de voto para vencer o sufrágio.

O escritório de Netanyahu reagiu aos comentários de Diskin, ao afirmar que eles "não têm base" e foram feitos porque o ex-chefe do Shin Bet ficou decepcionado em 2011, quando não foi nomeado por Netanyahu para comandar o Mossad, considerado mais poderoso. Questionado sobre a resposta, Diskin disse nesta sexta-feira ao escritório de Netanyahu: "tenham um bom Sabbath".

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.