O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mostrou nesta quinta-feira (15) sua determinação em reprimir duramente os extremistas judeus autores de abusos contra os palestinos e os soldados, mas recusou-se a chamá-los de "terroristas".

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No entanto, a imprensa israelense mostrou ceticismo. Enquanto o jornal Haaretz (esquerda) ressaltou que a legislação atual seria suficiente se as autoridades quisessem aplicá-la, o diário de grande circulação Yediot Aharonot revelou que 91% das investigações contra extremistas de direita não foram concluídas desde 2005.

Uma mesquita na localidade palestina de Burka, próxima a Ramallah, na Cisjordânia, foi incendiada na madrugada desta quinta-feira por pessoas não identificadas, informou o prefeito Abdelkader Abdelgalil.

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Uma outra mesquita foi alvo de vândalos na madrugada de quarta-feira (14) em Jerusalém Oriental. Desconhecidos picharam o templo com frases anti-árabes, como "Árabe bom é árabe morto", e anti-muçulmanas.

As autoridades israelenses quiseram mostrar sua determinação em combater judeus extremistas. Soldados e policiais destruíram na madrugada desta quinta-feira uma caravana e um abrigo de animais na colônia Mitzpe Yitzhar, reduto dos colonos mais extremistas no norte da Cisjordânia.

Com medo de confrontos, a polícia enviou centenas de homens e declarou a região ao redor da colônia selvagem como "zona militar fechada". Depois da intervenção do exército, os colonos começaram a reconstruir o que foi destruído, disse a rádio militar.

Uma forte tensão vem sendo sentida nos últimos dias, resultado das agressões realizadas por jovens colonos extremistas contra soldados israelenses.

Cerca de 50 extremistas invadiram na madrugada de terça-feira (3) uma base israelense na Cisjordânia e atiraram pedras contra os oficiais, uma provocação de gravidade sem precedentes contra o exército.

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Para acabar com esta campanha de agressões, Benjamin Netanyahu anunciou na noite de quarta-feira que os autores das agressões contra os militares serão julgados pelo Tribunal Militar.

Contudo, Netanyahu se recusou a chamar estes judeus de "terroristas", como recomendou o ministro da Justiça, Yaakov Neeman, e o ministro da Segurança Pública, Yitzhak Aharonovich.

Em contrapartida, a líder da oposição centrista Tzipi Livni criticou o primeiro-ministro, acusando-o de "se recusar a condenar essa tentativa de crime ideológico para esconder a ligação que tem com o governo (...) Israel é cada vez mais extremista e religioso com rabinos extremistas que dão o tom", denunciou Livni.

Até agora, os adeptos da política colonial conhecida como "preço a pagar", que consiste em se vingar dos palestinos por meio de ataques contra os locais de culto muçulmano e dos soldados israelenses por todas as ações tomadas pelo governo que não são aceitas pelos colonos, continuaram impunes.