O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (ao fundo), em reunião do gabinete de guerra em Tel Aviv nesta sexta-feira (15)| Foto: EFE/Gabinete do premiê de Israel/Kobi Gideon
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, considerou nesta sexta-feira (15) “ainda pouco realistas” as exigências do grupo terrorista Hamas para uma trégua e anunciou que enviará uma delegação ao Catar para retomar as negociações, além de endossar um plano não divulgado do Exército para invadir Rafah.

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“As exigências do Hamas ainda são pouco realistas”, disse o gabinete do primeiro-ministro em uma declaração oficial, anunciando que enviará uma delegação a Doha depois que Netanyahu se reuniu nesta manhã com o gabinete de guerra na base militar de Kirya, em Tel Aviv.

Além disso, o comunicado informa que o Netanyahu “aprovou os planos de ação em Rafah” e que o Exército israelense “está se preparando para a parte operacional e para a evacuação da população”.

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A recusa de Netanyahu ocorre depois que o Hamas enviou à contraparte israelense uma proposta final ontem, perto da meia-noite, com pequenas modificações no número de prisioneiros e na forma como os reféns israelenses seriam liberados, mas na qual mantém sua exigência inicial de um fim permanente da guerra na Faixa de Gaza.

De acordo com fontes do Cairo que viram o esboço, na primeira fase do acordo, mulheres, menores de idade, doentes e idosos seriam liberados em troca de 700 a mil prisioneiros palestinos, disseram as fontes à Agência EFE sob condição de anonimato.

Além disso, nessa primeira fase - sem dar detalhes sobre sua duração - todas as “mulheres-soldados” em cativeiro também seriam liberadas em troca de cerca de cem prisioneiros palestinos condenados à “prisão perpétua” por Israel.

E somente no final dessa primeira fase, de acordo com a proposta, seria definida uma data para um cessar-fogo permanente e uma “retirada” completa das tropas israelenses da Faixa de Gaza.

Por fim, a libertação de “todos os prisioneiros de ambos os lados”, como o Hamas também costuma se referir aos reféns israelenses, ocorreria durante a “segunda fase do plano”.

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Com relação à ofensiva terrestre em Rafah, o Exército israelense disse no final de fevereiro que já tinha um plano para realizá-la sem colocar em risco os civis.

A aprovação de Netanyahu nesta sexta-feira é uma mera formalidade, mas ainda não se sabe como as tropas planejam evacuar ou proteger 1,4 milhão de habitantes de Gaza.

Em comunicado, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, alegou que a invasão a Rafah provocará “um novo massacre e um maior deslocamento do povo palestino na Faixa de Gaza”, motivo pelo qual reiterou a necessidade de “um cessar imediato” da guerra.

“A presidência ressaltou a urgência de uma rápida intervenção tanto do governo dos Estados Unidos como da comunidade internacional para evitar este ataque militar” em Rafah, detalhou nesta sexta-feira a agência palestina Wafa.

Enquanto o gabinete de guerra se reunia nesta manhã, centenas de israelenses, muitos deles parentes dos 134 reféns, fizeram uma manifestação perto da base de Kirya, pedindo a Netanyahu que “tome a decisão que salvará a vida de seus entes queridos”.

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“Pela primeira vez, podemos imaginar abraçá-los novamente. Por favor, conceda-nos esse direito”, exigiu o coletivo de famílias em uma declaração nesta sexta-feira, antes do comentário de Netanyahu sobre as exigências do Hamas.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]