Neutrinos, partículas elementares da matéria, voltaram a se mostrar mais velozes que a luz em novos testes realizados sobre 730 km entre Suíça e Itália, informou nesta sexta-feira o Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS).
Para tentar eliminar uma possível fonte de erro na medição precedente, a equipe internacional de experimentação Ópera utilizou um novo feixe de prótons para produzir os neutrinos enviados em direção ao laboratório subterrâneo de Gran Sasso, na Itália.
"Com o novo tipo de feixe produzido pelos aceleradores do Cern (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares), fomos capazes de medir com precisão o tempo de percurso dos neutrinos", explicou Darío Autiero, cientista do Instituto de Física Nuclear de Lyon (França) e responsável de análises de medidas da equipe Ópera.
Na nova experiência, iniciada no final de outubro, vinte neutrinos puderam ser detectados no laboratório de Gran Sasso, e estas novas medidas "não mudam em nada a conclusão inicial de que os neutrinos parecem viajar mais rápido do que deveriam", destacou o CNRS.
Em 22 de setembro passado, a equipe Ópera anunciou que alguns neutrinos haviam percorrido os 730 km superando ligeiramente (por 6 km/s) a velocidade da luz no espaço (cerca de 300.000 km/s), considerada até o momento um "limite insuperável".
"Os vinte neutrinos que avaliamos forneceram uma precisão comparável aos 15 mil que fundamentaram nossa medição inicial", assinalou Autiero.
Os feixes de prótons utilizados para produzir os neutrinos eram ultracurtos (três nanosegundos) e estavam espaçados em 524 nanosegundos, o que permitiu afinar as medições.
Para Autiero, "exames complementares" e "medições independentes" são necessários antes que "a anomalia de tempo de voo" dos neutrinos (ou sua velocidade superior a da luz) possa "ser confirmada ou rejeitada".
O neutrino é muito difícil de se detectar, porque está desprovido de carga elétrica e atravessa a matéria sem se deter.
Se for confirmada, esta velocidade superior a da luz obrigará a uma revisão da física atual, incluindo a teoria de Einstein.
O artigo da equipe Ópera com os resultados do novo teste pode ser visto no site ArXiv.
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