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Nevasca afeta 85 milhões de pessoas na costa leste dos EUA

Dezoito estados do país  têm alerta ou aviso de tempestade | Jamie McCarthy/AFP
Dezoito estados do país têm alerta ou aviso de tempestade (Foto: Jamie McCarthy/AFP)

Uma intensa tempestade com fortes ventos e muita neve afeta neste sábado a costa leste dos Estados Unidos, incluindo a capital Washington, DC, e as autoridades recomendam que as pessoas procurem refúgio, com a advertência de que o pior ainda não aconteceu.

A imprensa americana informou pelo menos dez mortes relacionadas com a tempestade, nas últimas horas, na Carolina do Norte, em Maryland, Kentucky e Virgínia.

A nevasca deve prosseguir até o domingo e recebeu o apelido de “Snowzilla” (em referência ao monstro do cinema “Godzilla”).

A Meteorologia advertiu para a possibilidade do acúmulo de mais de 60 centímetros de neve sobre Washington e as áreas vizinhas até a noite de sábado e recomendou que os moradores das zonas afetadas permaneçam em suas casas.

“Quero ser muito clara com todos. Vemos isto como uma tempestade maior. Tem implicações de vida, ou morte”, afirmou a prefeita de Washington, Muriel Bowser, aos jornalistas.

O alerta é válido para uma grande faixa da costa do Atlântico dos Estados Unidos, de Washington a Nova York.

A tempestade afeta quase 85 milhões de americanos, 25% da população do país, e pode provocar prejuízos de mais de US$ 1 bilhão, segundo o Serviço de Meteorologia Nacional.

O governador de Nova Jersey, Chris Christie, um dos pré-candidatos do Partido Republicano à presidência, suspendeu a campanha em New Hampshire para supervisionar os esforços de emergência no estado.

Christie suspendeu os serviços de ônibus e trens em Nova Jersey na madrugada de sábado e publicou mensagens no Twitter para informar aos moradores que a crise está sob controle.

“A mensagem global é que vamos sair da tempestade. Sempre fazemos isto, é a maneira como fazemos as coisas em NJ (Nova Jersey)”, escreveu o governador, que ganhou fama nacional por sua atuação durante a emergência provocada pelo furacão Sandy, em 2012.

Cenário

Vários estados mais ao sul foram afetados pela neve e por chuvas de granizo, incomuns na região, situação que deixou as residências de pelo menos 200.000 pessoas sem energia elétrica.

Em Kentucky, centenas de caminhões e outros veículos permaneceram retidos durante a madrugada nas avenidas escorregadias, cobertas de neve e gelo.

Em toda a costa leste do país, moradores nervosos esvaziaram as prateleiras dos supermercados como forma de prevenção à tempestade.

Os fortes ventos levaram a chefe de Polícia de Washington, Cathy Lanier, a pedir aos moradores que permaneçam dentro de suas casas.

“Com o vento crescente e o acúmulo de neve, vamos observar mais pessoas presas nas estradas”, disse Lanier ao canal CNN.

Pelo menos 4.400 voos foram cancelados pela tempestade, ao mesmo tempo que as autoridades de Washington anunciaram a incomum decisão de suspender os serviços de trens e ônibus de sexta-feira à noite até a manhã de segunda-feira.

Caso as previsões sejam confirmadas, esta pode ser uma tempestade quase tão intensa quanto a de 1922, com 71 centímetros de neve e que deixou 100 mortos no desabamento do teto de um teatro em consequência do peso da neve acumulada.

Escolas e prédios públicos de Washington foram fechados. O prédio do Congresso, os monumentos nacionais e os famosos museus do Instituto Smithsonian também não abriram. A Polícia do Capitólio suspendeu a proibição em vigor há décadas de usar trenós em suas escadarias.

Até mesmo uma grande luta com bolas de neve na área de Rotonda Dupont em Washington, que havia recebido a confirmação de 2.000 pessoas na página do evento no Facebook, teve de ser adiada de sábado para domingo em consequência da intensidade da tempestade.

A neve já afetou estados do sul, como Arkansas, Tennessee, Kentucky, Carolina do Norte, Virgínia Ocidental e Virgínia.

Dezoito estados do país têm alerta, ou aviso de tempestade.

“Estamos registrando muitos acidentes”, disse o governador da Carolina do Norte, Pat McCrory.

“Snowzilla” acabou com o que vinha sendo até agora um inverno clemente, com temperaturas que chegaram a 22°C na véspera do Natal em Nova York, o maior nível desde o início dos registros em 1871.

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