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Ministro de Finanças da Finlândia, Alexander Stubb | Olivier Hoslet/European Agência Pressphoto
Ministro de Finanças da Finlândia, Alexander Stubb| Foto: Olivier Hoslet/European Agência Pressphoto

A Finlândia é, em muitos aspectos, a anti-Grécia.

Como a Grécia, ela fica geograficamente longe das principais potências da Europa Ocidental, Grã-Bretanha, França e Alemanha. E, como a Grécia, adotou o euro. Porém, ao contrário da Grécia, ela é um modelo de governança saudável e uso responsável da dívida.

Mesmo assim, a economia da Finlândia não vai muito bem, com uma taxa de desemprego de 11,8 por cento e um PIB que vem encolhendo nos últimos três anos.

Alguns comentaristas americanos veem os problemas econômicos atuais da Finlândia como um sinal claro de que o que aflige a zona do euro é algo muito mais profundo do que os gastos perdulários dos gregos. Alexander Stubb, ministro das Finanças finlandês, acha que eles estão errados. Falei sobre isso com ele recentemente em Espoo, subúrbio de Helsinki, onde ele mora. Stubb defende vigorosamente o que o euro fez pela Finlândia, e seus comentários ajudam a explicar por que a opinião da elite sobre o euro é tão diferente nos dois lados do Atlântico.

Existem três principais causas dos problemas econômicos da Finlândia. A Nokia passou de maior fabricante de celulares do mundo para um segundo plano, custando milhares de postos de trabalho e muitos mais, quando a rede de fornecimento é contabilizada. A demanda de papel, outro grande produto de exportação, caiu. E a economia da vizinha Rússia, com quem a Finlândia tem laços comerciais profundos, entrou em colapso por causa da queda dos preços do petróleo e das sanções ocidentais.

A Finlândia usa o euro desde sua criação, por isso o valor de sua moeda não pode se ajustar de forma mais conveniente para neutralizar o choque na economia. Se o país ainda usasse sua antiga moeda, o markka, seu valor teria despencado nos mercados internacionais. De repente, outras indústrias finlandesas poderiam ter tido uma vantagem de custo enorme, digamos, se comparadas às concorrentes alemães, e teriam crescido e criado postos de trabalho para ajudar a compensar aqueles perdidos com a Nokia, a indústria de papel e o comércio com a Rússia.

“Besteira”, disse Stubb.

Para avaliar o euro, você não pode ver apenas o que ele chama de “um momento difícil” para a economia finlandesa. É preciso um exame em longo prazo. Segundo ele, a integração com a Europa ocidental — onde o euro é um elemento crucial — aprofundou relações comerciais e diplomáticas, deixando a Finlândia mais poderosa no cenário mundial e suas indústrias melhor conectadas ao resto da economia global. Isso enriqueceu a população.

“No início dos anos 90, em meio a uma crise bancária e à depressão econômica finlandesa, éramos um dos 30 melhores países do mundo em termos de PIB per capita”, ele disse. “Então abrimos e nos tornamos membros da EU. Agora, nosso PIB per capita, ou qualquer outro índice, está parelho com o da Suécia, Dinamarca, Austrália e Canadá.”

Quanto à capacidade de desvalorizar a moeda para ajudar a lidar com a crise econômica atual, Stubb também é cético.

“A desvalorização é um pouco como o doping nos esportes. Pode dar um impulso imediato, mas em longo prazo, não é benéfico. Assim como qualquer um, precisamos de uma reforma estrutural, um ajuste estrutural; precisamos aumentar nossa competitividade, além de ter um pouco de sorte.

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