Diretores de sindicatos de 20 países se reuniram em um encontro de empregados do McDonald’s no mês passado no Brasil| Foto: Andre Penner/AP

Há muito tempo o McDonald’s se tornou global. Ultimamente, a campanha anti-McDonald’s começou a segui-lo pelo mundo todo.

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O esforço conduzido por sindicatos para aumentar os salários e organizar os trabalhadores das redes de fast-food nos Estados Unidos está expandindo seu enfoque além dos protestos organizados no país — seu ponto de alavancagem durante quase três anos — para dar destaque às ações do McDonald’s no exterior, na esperança de que os reguladores estrangeiros exerçam maior pressão sobre a companhia.

Os esforços se destinam a aproveitar os êxitos da campanha anti-McDonald’s para aumentar os salários dos trabalhadores de redes de lanchonetes nos Estados Unidos.

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Mas também há um reconhecimento tácito de que o segundo maior objetivo da campanha, um sindicato para trabalhadores do McDonald’s e de outras redes de fast-food, continua distante. Os ativistas pretendem voltar sua atenção para o McDonald’s nos mercados internacionais onde a empresa tem sido mais lucrativa recentemente, como uma maneira de levá-la à mesa de negociação nos Estados Unidos.

Scott Courtney, o diretor do Sindicato Internacional de Empregados em Serviços (Seiu na sigla em inglês), que é o arquiteto da chamada campanha Fight for 15 [Lute por 15], definiu a nova abordagem: “Eu vejo esta conversa como um ponto de distanciamento de uma campanha que publicamente foi vista como greves e exige cerca de US$ 15 e o sindicato. Desejamos mostrar o que podemos, o que sabemos neste momento, depois levar nossa causa a outros fóruns durante o outono, no próximo ano se necessário”.

Com esse fim, dezenas de legisladores, líderes sindicais e trabalhadores do McDonald’s do mundo todo se encontraram no mês passado em Brasília — a maioria às custas do Seiu — para chamar a atenção para suas acusações contra a companhia. Como parte do evento, uma comissão do Senado brasileiro ouviu depoimentos de Courtney e outros.

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A campanha diz que há práticas trabalhistas abusivas nas lanchonetes McDonald’s em todo o mundo, que a companhia tenta burlar o fisco no Brasil e que a evasão fiscal e as práticas anticompetitivas são comuns em toda a Europa.

Enquanto o McDonald’s reconhece que os negócios estão em declínio, particularmente nos Estados Unidos, há quase três anos, o crescimento em muitos países europeus tem sido mais forte.

O novo executivo-chefe da empresa, Steve Easterbrook, lançou o que ele chamou de plano meia-volta, que faria “os mercados críticos voltarem ao crescimento sustentável ao recuperar a confiança e a lealdade dos consumidores”.

Um de seus principais atos como executivo-chefe foi aumentar o salário mínimo que a companhia paga aos empregados em todas as lojas de propriedade da corporação para cerca de US$ 1 (R$ 3,80) a mais por hora que o salário mínimo obrigatório.

Mas o McDonald’s enfrenta alguns outros desafios trabalhistas.

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Recentemente, o Conselho de Relações Trabalhistas dos Estados Unidos recusou uma apelação do McDonald’s em um caso que decidirá se a empresa é um coempregador dos trabalhadores em suas franquias.

Além disso, a Comissão Europeia começou recentemente a examinar acusações de uma coalizão de sindicatos europeus e americanos e de ativistas antipobreza de que o McDonald’s evitou pagar mais de 1 bilhão de euros em impostos na Europa entre 2009 e 2013. Um sindicato brasileiro depositou uma queixa afirmando que o McDonald’s também tomou medidas para evitar pagar impostos no país.

Mas o mérito de cada queixa pode ser secundário no esforço trabalhista geral para pintar o McDonald’s como um cidadão corporativo fora da lei.

“O McDonald’s pode seguir esse caminho de ter inúmeros processos abertos e os refletores voltados para ele, e não está saindo muito bem na foto”, disse Courtney.

“Ou eles podem dizer: ‘Vamos dar o exemplo, vamos inverter nossa reputação, transformando o modelo básico de negócios de nossa empresa’.”

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