O método usado por milhares de pessoas para assistir a transmissões não autorizadas da luta entre Floyd Mayweather Jr. e Manny Pacquiao pode ter sido novo, mas para os executivos de mídia que travam batalhas incessantes contra a pirataria foi a mesma velha história.

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A tecnologia e seus acólitos sempre encontram uma maneira de obter conteúdo grátis.

No último caso, as ferramentas usadas para assistir à luta de boxe incluíram aplicativos de celular, como Meerkat e Periscope, que permitem que as pessoas transmitam ao vivo a luta pay-per-view capturando as telas de televisão com câmeras de smartphones.

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Depois há o Popcorn Time, um aplicativo com uma interface bonita que facilita o uso do BitTorrent, uma tecnologia de compartilhamento de arquivos descentralizados que durante anos escapou a todos os esforços para derrubá-la.

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“O desafio é que a tecnologia supera em muito as regras e regulamentos sobre o uso de mídia”, disse Rich Greenfield, analista da BTIG Research. “Os contratos de mídia nunca previram o Periscope.”

Os executivos de mídia descrevem a pirataria digital como um jogo sem fim. Assim que as redes e os estúdios descobrem uma maneira de eliminar um problema, surge outro.

A Associação de Produtores de Cinema dos EUA (MPAA na sigla em inglês) travou batalhas jurídicas contra diferentes tecnologias de compartilhamento de arquivos desde o início dos anos 2000.

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Recentemente, a MPAA convenceu um tribunal superior do Reino Unido a emitir uma ordem exigindo que cinco grandes provedores de serviços de Internet bloqueassem o acesso a quatro sites que oferecem para download o aplicativo Popcorn Time.

No final de abril, um juiz do Tribunal Distrital dos EUA em Los Angeles concedeu, a pedido das redes, uma ordem restritiva proibindo que dois sites —boxinghd.net e sportship.org— oferecessem transmissões não autorizadas da luta Mayweather-Pacquiao. Os dois haviam anunciado a transmissão antecipadamente.

As redes de televisão contataram a Periscope e a Meerkat sobre questões de pirataria, segundo dois executivos de mídia.

Alguns executivos de TV disseram que os dois fabricantes de aplicativos não estavam tão preocupados em evitar a pirataria quanto o YouTube, o site de transmissão de vídeos de propriedade do Google que as companhias de mídia combateram durante os últimos anos.

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O Periscope já estava sendo vigiado pela HBO, que enviou advertências à companhia no mês passado depois que pessoas usaram o aplicativo para transmitir episódios da série “Game of Thrones”.

Ao contrário de plataformas mais antigas como YouTube e Ustream, a Periscope exige que os detentores dos direitos autorais enviem por e-mail pedidos de cancelamento, que são analisados individualmente.

Uma porta-voz do Twitter disse que a companhia recebeu 66 pedidos de detentores de direitos autorais e 30 transmissões foram canceladas; as outras não eram mais transmitidas ou não estavam mais disponíveis.

Durante a luta de boxe, o cofundador e executivo-chefe da Periscope, Kayvon Beykpour, recebeu pessoalmente muitos pedidos de cancelamento.

E no dia seguinte ele publicou uma mensagem em sua página no Twitter: “A pirataria não nos entusiasma. Acredite em mim, nós respeitamos os direitos de propriedade intelectual e tínhamos muita gente trabalhando duro nesse sentido ontem à noite (incluindo eu mesmo)”.

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Beykpour disse no Twitter que a excitação foi sobre o uso oficial do aplicativo antes da luta, e não as transmissões piratas.

Recentemente, a Netflix chamou de “preocupante” a ascensão do Popcorn Time. Ela indicou uma tendência de buscas na Google comparando as palavras Netflix, HBO e Popcorn Time que mostrou um aumento significativo em buscas pelo site de pirataria, com mais buscas por Popcorn Time e HBO e mais ou menos o mesmo nível de buscas para Popcorn Time e Netflix.

Vindu Goel colaborou na reportagem