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Biometria ganha espaço na tecnologia de segurança

Notebook pode ser destravado com um sensor de veias da mão | Fujitsu
Notebook pode ser destravado com um sensor de veias da mão (Foto: Fujitsu)

Eles não correm riscos no Banco Barclays, no Reino Unido. Declarar o número da conta não é suficiente para chegar ao seu dinheiro. Como proteção adicional, um programa analisa a voz do cliente para garantir que é a mesma voz gravada em um arquivo.

Em alguns caixas automáticos no Japão, a máquina verifica o desenho das veias da palma da mão da pessoa antes de entregar o dinheiro. E, desde setembro, os donos de iPhones 5s têm usado sensores de impressão digital para desbloquear os aparelhos.

São três exemplos de sistemas biométricos —tecnologia que, cada vez mais, é usada para desbloquear notebooks e telefones ou como complemento para senhas em bancos, hospitais e bibliotecas. Mas a biometria também levanta dúvidas sobre vulnerabilidade a hackers e uso indevido.

Quando os dados biométricos pessoais são roubados, a situação é muito mais problemática do que quando uma senha é roubada, segundo Bruce Schneier, especialista em segurança e autor de "Liars and Outliers: Enabling the Trust That Society Needs to Thrive" [Mentirosos e forasteiros: como ter a confiança necessária para que a sociedade prospere].

"Se alguém roubar sua senha, você pode alterá-la", disse ele. "Mas, se alguém roubar sua impressão digital, você não pode conseguir um novo polegar."

Apesar dessas preocupações, um novo notebook da Fujitsu lançado no Japão, o Celsius H730, pode ser encomendado com a opção biométrica: um sensor de impressão digital ou, por mais US$ 116, um escâner de mão. Para destravar o computador, você coloca a palma da mão sobre o sensor e o software verifica o padrão de suas veias, disse Joseph Dean, porta-voz da Fujitsu.

Os dispositivos biométricos podem identificar padrões de veias no dedo, no dorso ou na palma da mão, disse Anil K. Jain, professor e especialista em biométrica na Universidade Estadual de Michigan. A tecnologia funciona muito bem, disse ele, acrescentando que "ela é difícil de ser forjada, pois os desenhos vasculares estão no interior do corpo". As veias são reveladas por uma luz infravermelha.

A leitura da palma das mãos está ganhando a preferência do mercado de leitura de veias, disse o professor Jain. As características identificáveis incluem a espessura das veias e os ângulos e locais onde elas se cruzam.

Uma biometria diferente, a impressão vocal, é oferecida pela Nuance Communications para muitos clientes, como o Barclays. A impressão vocal se baseia em cerca de cem características, que incluem tonalidade e sotaque, disse Brett Beranek, diretor da Nuance. As impressões vocais, mesmo que roubadas, não levarão ao roubo de identidade, segundo ele. "Não armazenamos a voz, mas características da voz."

Os consumidores não devem esperar que as tecnologias biométricas funcionem perfeitamente, disse Jain. Elas podem ser uma boa solução, equilibrando conveniência e segurança. "Mas não são totalmente à prova de falhas", disse ele.

A leitura da impressão digital será o identificador biométrico mais popular nos próximos anos, disse Alan Goode, autor de um recente relatório sobre o mercado de segurança biométrica móvel. A adoção da leitura de impressão digital pela Apple e por outros fabricantes "vai tornar comuns os sensores de impressão digital em equipamentos móveis", disse ele.

Para Schneier, as soluções biométricas podem ser interessantes em produtos de consumo, desde que o processamento ocorra totalmente no equipamento. Caso este dependa de um servidor central, o perigo é maior.

"Se o servidor for invadido, dados biométricos de todo mundo poderão ser roubados."

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