Um smartphone voltado para mercados emergentes da Ásia e da América do Sul é a nova esperança da BlackBerry. Inicialmente disponível apenas na Indonésia, o BlackBerry Z3 foi um passo importante para a empresa em dificuldades, disse seu presidente, John S. Chen. "A BlackBerry tem uma nova tecnologia e é financeiramente estável", afirmou Chen. "O Z3 é o primeiro passo para confirmar isso."
Em 2012, Thorsten Heins foi nomeado presidente para reanimar a empresa, mas saiu no final do ano passado quando uma oferta de aquisição da BlackBerry fracassou. O mercado da empresa nos Estados Unidos encolheu, e ela teve um prejuízo de US$ 5,9 bilhões em seu último ano fiscal.
Chen tomou as rédeas e disse que pretendia se concentrar nos negócios menores da empresa, de software e serviços, mas acrescentou que a BlackBerry continuaria vendendo telefones."Quando as pessoas pararem de se preocupar com a empresa BlackBerry", disse Chen, "nossos produtos voltarão a ficar em alta".
Chen negou que o modelo touchscreen Z3, de baixo custo, fosse o derradeiro esforço da empresa para se manter relevante no setor. Não foram divulgados dados sobre as vendas desse smartphone.
"Se esse modelo fizer a empresa crescer novamente, nem que seja um crescimento pequeno e constante, ele poderá ser considerado um sucesso", comentou Ryan Lai, analista de mercado na empresa de consultoria IDC, segundo a agência Reuters. "Isso significa que ainda há espaço para a BlackBerry na Indonésia."
A BlackBerry produziu o Z3 em parceria com o Foxconn Technology Group de Taiwan.
Chen disse que essa parceria deu à BlackBerry a capacidade de concorrer em mercados emergentes e que, se as vendas forem bem, isso "poderá ser um sinal de futuras novidades".
Embora a Foxconn nada possa fazer para reverter a queda de popularidade da BlackBerry, a parceria porá fim a várias incertezas financeiras para Chen. Grande parte do prejuízo de US$ 5,9 bilhões relatado pela BlackBerry no ano passado foi causada pela interrupção na produção de telefones que tiveram baixa demanda e de componentes desnecessários. Agora, a Foxconn assume esse risco.
Michael J. Palma, analista na IDC, disse que a BlackBerry vai se beneficiar do poder aquisitivo da Foxconn, que é mais conhecida como montadora de iPhones e iPads. A Foxconn também ajudará a BlackBerry a agilizar ciclos de desenvolvimento.
Colaborou Muhammad Rusmadi, de Jacarta