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 | Joshua Lott /The New York Times
| Foto: Joshua Lott /The New York Times

Franky, um jabuti de 17 anos, passa sua vida transmitindo 24 horas por dia seu olhar de tartaruga para o mundo.

"Ele é visto 10 mil vezes por mês", afirmou Donnie Cook, dono do Lou’s Pet Shop, em Grosse Pointe Woods, Michigan, onde Franky vive. "Recebemos visitas de pessoas de ao menos 30 estados, além da Itália e da França". (Confira o vídeo com o ponto de vista de Franky)

A fama de Franky ilustra o aumento da vigilância de quase tudo por parte dos cidadãos. Graças aos avanços na miniaturização e no armazenamento digital de baixo custo, câmeras minúsculas estão passando a ser parte de casas, de pessoas e da natureza.

A Dropcam, fabricante da câmera instalada no casco de Franky, faz o upload de mais de mil horas de vídeo por minuto. Isso é cerca de 500 por cento mais que no ano anterior.

O número de casas nos EUA com câmeras de vigilância aumentou em cerca de cinco milhões no ano passado, chegando a um total de 15 milhões, de acordo com a Parks Associates, uma empresa de pesquisa. Novos destaques como reconhecimento facial devem aumentar a popularidade das câmeras, segundo Tom Kerber, diretor de pesquisa da Parks.

As câmeras de alta definição da Dropcam são vendidas por valores entre 149 e 199 dólares, e podem ser monitoradas a partir da maioria dos aparelhos móveis. A empresa tem muitos concorrentes, como a Axis Communications, da Suécia, a Pelco, dos EUA, e diversas fabricantes chinesas. A GoPro fabrica uma câmera pequena que costuma ser usada durante a prática de esportes, como esqui. Porém, a Dropcam, com apenas quatro anos de idade, é a maior a armazenar os vídeos pela internet e, assim como algumas de suas concorrentes, também oferece um serviço de edição de vídeo.

A maioria das coisas registradas por câmeras de monitoramento privado como a Dropcam são imagens incansáveis de salas vazias e portarias.

Contudo, a simples quantidade de imagens privadas revela uma quantidade tremenda de comportamentos relevantes que estão sendo mais gravados e armazenados que nunca. As pessoas gravam vândalos em ação em suas cidades, guaxinins mexendo no lixo e, em um caso, um cachorro acendendo um fogão e ateando fogo na casa.

"Nós estamos lá quando as coisas mais malucas acontecem", afirmou Greg Duffy, um dos fundadores e executivo-chefe da Dropcam.

O mais importante para ele, afirmou, é o que tantas horas de vídeo significam para dar mais poder aos cidadãos.

"Existem dois caminhos a seguir – o governo pode ter câmeras em toda parte, ou as pessoas podem ter câmeras, compartilhando esse poder", afirmou Duffy, de 27 anos.

Nos últimos anos, a polícia aumentou o número de câmeras que carregam consigo ou levam no painel de seus carros de patrulha, mas os cidadãos também reagem gravando os próprios vídeos. Na Rússia, as câmeras nos painéis dos carros se tornaram uma ferramenta comum para gravar o comportamento ruim dos policiais. No ano passado, a explosão do meteoro em Chelyabinsk foi colocada imediatamente na internet e compartilhada com o mundo.

Todavia, algumas dessas câmeras também registram momentos mais pessoais. Seth Cummings, que trabalha no setor de entretenimento em Lake Arrowhead, na Califórnia, estava mostrando fotos da casa decorada para o Natal, quando o filho de cinco anos afirmou que eles poderiam gravar o Papai Noel com a câmera de segurança.

Cummings contou que o Papai Noel foi registrado por volta da meia-noite.

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