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Cientistas exibem na foto  maior um raro peixe-remo de 5,5 metros, um dos dois espécimes encontrados em outubro | Catalina Island Marine Institute, via Associated Press
Cientistas exibem na foto maior um raro peixe-remo de 5,5 metros, um dos dois espécimes encontrados em outubro| Foto: Catalina Island Marine Institute, via Associated Press

Foi um grande dia para os biólogos marinhos: em 13 de outubro, o corpo de um peixe-remo de 5,5 metros foi puxado da água para a ilha de Santa Catalina, na costa da Califórnia, oferecendo aos cientistas locais uma rara oportunidade de estudar um dos mais impressionantes e discretos grandes peixes. Cinco dias depois, outro peixe-remo apareceu a 80 km dali, este com apenas quatro metros e os ovários cheios de ovas.

Duplas de peixes-remo já apareceram com poucos dias de intervalo anteriormente. Mas o casal descoberto recentemente motivou uma onda de entusiasmo numa comunidade científica mais acostumada a ler sobre o peixe-remo do que a manuseá-lo.

"Esses são peixes imprevisíveis", disse Milton Love, pesquisador do Instituto de Ciências Marinhas da Universidade da Califórnia, em Santa Barbara. "E é difícil estudar peixes imprevisíveis."

O peixe-remo, que é longo e parece uma enguia, pode crescer até comprimentos estupendos —embora os rumores sobre espécimes de 17 metros provavelmente sejam exagerados— e desde a antiguidade inspira histórias de monstros marinhos.

Eles "praticamente nunca são apanhados por redes e anzóis e só foram observados algumas vezes embaixo d’água", disse Love.

Os peixes foram dissecados e repartidos entre algumas instituições de pesquisas. As primeiras observações revelaram que o segundo peixe estava aparentemente pronto para desovar. "Havia provavelmente centenas de milhares de ovas naqueles ovários", disse H.J. Walker, cientista do Instituto Scripps de Oceanografia, na Califórnia, e responsável pela extração das ovas. O estômago do animal estava quase vazio, amparando a teoria de que uma forte corrente arrastou os dois peixes para longe do seu ambiente preferido.

Essa espécie, chamada Regalecusrusselii, é mais populosa no oeste do Pacífico.

No corpo do macho faltava parte da seção posterior.

Tyson Roberts, ictiologista do Instituto Smithsonian de Pesquisa Tropical, no Panamá, há muito tempo teoriza que o peixe-remo é capaz de expelir parte do seu corpos abaixo do abdome, de forma semelhante ao que os lagartos fazem com suas caudas.

Embora a maioria dos especialistas se refira aos peixes-remo como criaturas das profundezas marinhas, Roberts disse que não é assim. "Eles passam a maior parte do tempo bastante perto da superfície, suspensos verticalmente, com suas cabeças para cima, flutuando passivamente."

Os fatos podem se tornar mais claros à medida que os pesquisadores estudarem os olhos dos novos espécimes, possivelmente descobrindo se eles estão desenvolvidos para verem com a pouca luz dos mares profundos.

Com corpos longos, mandíbulas sem dentes e gigantescas nadadeiras dorsais vermelhas que se projetam a partir da cabeça, os peixes-remo costumam ser confundidos com monstros.

"A maioria dos biólogos lhe dirá que é provavelmente a espécie responsável pela lenda da serpente marinha", disse Walker.

Diz um antigo mito japonês que peixes-remo aparecendo na praia são um sinal de terremoto iminente. Mas Love disse: "Se alguma coisa no movimento tectônico está matando esses peixes, por que os outros peixes no ambiente não estão fazendo a mesma coisa?".

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