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Diário de AALSMEER

Centro mundial de flores sente a mudança

Os compradores já não precisam ir para Aalsmeer para comprar rosas | Ilvy Njiokiktjien para The New York Times
Os compradores já não precisam ir para Aalsmeer para comprar rosas (Foto: Ilvy Njiokiktjien para The New York Times)

Todas as manhãs durante a semana, compradores chegam a Aalsmeer, a cerca de uma meia hora de Amsterdam, e se dirigem a um depósito de aproximadamente 2 milhões de metros quadrados.

Eles se espremem em bancos, olham para telas de computador e, ao apertar um botão, fazem lances em flores que vão de amarílis, crisântemos e gérberas até rosas e, claro, as famosas tulipas holandesas.

Depois, do Aeroporto de Schiphol que fica nas proximidades, as flores podem ser enviadas para todo o planeta. Mais de metade das flores do mundo é comprada e vendida no leilão, que é o centro do comércio global de flores desde o início do século 20.

Mas o leilão passa por turbulências. Houve o crescimento de pré-vendas e do envio direto. E hoje, praticamente qualquer pessoa com uma conexão à internet e com permissão de comprador pode participar do leilão pelo computador sem realmente ter que vir e inspecionar o produto.

"Era mais divertido há 10 anos. Havia barulho e amizade", disse Marco Schouten, comprador da FloriBizz que compra rosas para floristas da Itália e da Espanha.

Uma década atrás, praticamente todas as flores vendidas para atacadistas saiam daqui. Em 2013, apenas metade.

Muitos produtores menores não vêm mais ao mercado nos últimos anos.

A cooperativa FloraHolland diz que desde 2008, quando começou a crise financeira, até 2013, o número de membros caiu de 5.100 produtores para 4.600.

"Esse sistema dominou por mais de cem anos e agora está mudando ou desaparecendo", disse Herman de Boon, presidente da Associação Holandesa de Flores por Atacado.

Mesmo assim, a indústria de flores — ainda mais de 5 por cento do PIB holandês — é notavelmente resiliente. Geert Hageman, produtor de tulipa, apontou para a abertura dos mercados na Europa Oriental e na Rússia.

No período entre 2008 e 2013, o lucro anual do setor chegou a 4,5 bilhões de euros (cerca de US$ 5,6 bilhões) por ano, vindo de 4,1 bilhões de euros, e comercializou 12,4 bilhões de flores.

E os compradores ainda vêm para examinar as flores em salas climatizadas antes do início do leilão, às seis da manhã. Eles conferem um enorme painel que define o preço de flores, e o valor geralmente começa a um euro por haste.

Mas muitos estão comprando a distância. O próprio Hageman raramente vai ao leilão hoje, embora esteja a apenas 50 quilômetros de distância. Ele segue a ação de um terminal em seu escritório.

Muitas flores nem mesmo chegam ao salão de leilão. Rosas mais baratas são cultivadas principalmente na África e vendidas diretamente para grandes varejistas, como a cadeia alemã Lidl ou a Tesco, gigante rede britânica de supermercados, que preferem contratos fixos à flutuação diária do leilão.

Eric van Heck da Rotterdam School of Management disse que o vibrante leilão de flores holandês pode continuar.

"É sobre como se conectar e criar uma plataforma digitalizada para o comércio de flores", ele disse.

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