A rainha morreu. Charles dissolve o Parlamento e estaciona um tanque em frente ao Palácio de Buckingham.
Enquanto o príncipe William não sabe o que fazer, sua severa mulher Kate orquestra um golpe para salvar a monarquia. Essa é a trama de "King Charles III", peça de Mike Bartlett que estreou no Almeida Theater.
O crítico da revista "New Statesman" a descreveu como "a peça mais audaciosa e provocativa sobre a família real na história do teatro britânico", dizendo ainda que "se o Lord Chamberlain ainda policiasse o teatro, Bartlett estaria preso na Torre de Londres".
O Lord Chamberlain é membro do Conselho Privado do Reino e até 1968 tinha o poder de censurar peças de teatro.
Os anúncios mostrando o príncipe Charles real vestido para sua coroação foram proibidos no metrô londrino enquanto o rosto dele não fosse fortemente pixelizado.
A maioria dos ingressos antecipados já está esgotada, mas serão colocadas mais entradas à venda no dia de cada apresentação. "Suspeito que haverá gente acampada na rua para tentar entrar", disse um crítico do "Telegraph".
Seguindo os moldes das histórias shakespearianas mas ambientada no futuro, a peça trata do que poderia acontecer se um monarca se recusasse a aprovar as decisões do Parlamento.
Nesse processo, Bartlett imagina o funeral da rainha Elizabeth, a princesa Diana como fantasma e o príncipe Harry fugindo com uma malcuidada estudante de arte.
Em parte fantasia, em parte comédia, "King Charles III" pretende, mesmo assim, tratar com seriedade do papel desempenhado pela monarquia no Reino Unido.
"Temos duas coisas fundamentais para o DNA deste país: Shakespeare e a família real", disse o diretor da peça, Rupert Goold.
Bartlett, 33, disse que sempre ficou fascinado com a complexa atração que a monarquia exerce sobre a vida britânica.
"Quando Diana morreu, a reação do povo britânico foi estarrecedora, assim como no casamento de William e Kate. De repente todas essas pessoas inteligentes e sofisticadas se tornaram camponesas de propósito, e não digo isso em tom de julgamento."
A ação de "King Charles III" começa quando Charles (Tim Pigott-Smith) não assina uma lei aprovada pelo Parlamento que imporia restrições parciais à liberdade de imprensa.
Reafirmando o poder real, Charles diz que o povo britânico tem um vínculo com a coroa que é mais forte que sua ligação de meros 500 anos com a democracia, algo que minimiza como sendo "uma opção acrescentada / como o GPS de um carro, não faz parte / dos elementos padronizados".
Bartlett e Goold se surpreenderam pelo fato de os críticos terem tachado a personagem de Kate (Lydia Wilson) de "venenosamente ambiciosa" ou "calculista".
"Ela não é mais calculista que muitos dos homens na peça. Mas, quando temos numa peça uma mulher que é poderosa, inteligente e não é de origem real, todo mundo fala oh, é lady Macbeth.
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