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Chegou a hora da Web TV

Os assinantes do serviço da CBS de US$6 por mês podem assistir a episódios da série “The Big Bang Theory” | Michael Yarish/warner bros. entertainment
Os assinantes do serviço da CBS de US$6 por mês podem assistir a episódios da série “The Big Bang Theory” (Foto: Michael Yarish/warner bros. entertainment)

Chegou uma nova maneira de assistir TV, e com ela, o monopólio virtual que empresas de cabo, satélite e telecomunicações tiveram sobre a programação da televisão nos Estados Unidos está diminuindo.

Apenas um dia depois que a rede HBO disse que começaria uma programação exclusiva para a internet, a rede CBS anunciou seu próprio serviço de streaming por assinatura, que dá acesso por demanda à sua programação ao vivo, além de milhares de shows atuais e antigos.

O movimento aponta para um momento de transição da TV via rede, onde os telespectadores têm mais opções e assinam apenas canais ou programas que querem assistir — e decidem como, quando e onde assisti-los. A época em que as pessoas pagavam uma média de 90 dólares por mês por um pacote de canais de um fornecedor tradicional está acabando rapidamente.

Leslie Moonves, diretor executivo da CBS Corporation, disse: "Nosso trabalho é produzir o melhor conteúdo possível e deixar que as pessoas o assistam da forma que quiserem".

Moonves quer que seu canal permaneça relevante para uma nova geração que nunca pagou por um pacote de televisão padrão e para aqueles que cancelaram seu serviço de cabo.

O estímulo às ofertas para a internet dado pela HBO e pela CBS, duas redes que ganham bilhões de dólares com o sistema tradicional, mostra como o equilíbrio do poder está mudando. O serviço de acesso irrestrito da CBS, que custa US$6 por mês, começou em 16 de outubro; o da HBO começará em 2015.

As iniciativas são em grande parte uma reação ao sucesso da Netflix, cujo serviço de streaming tem mais de 50 milhões de assinantes globais. Outros serviços como o da Amazon e do Hulu agora oferecem programação por demanda que pode ser assistida a qualquer hora e em qualquer lugar, em um laptop ou um smartphone. Televisões "inteligentes" e dispositivos de streaming como a Apple TV e o Roku também permitem que espectadores assistam vídeos pela internet em uma tela grande.

Reed Hastings, o cabeça da Netflix, disse que as opções de streaming de mercados tradicionais validaram a crença de sua empresa de que a internet está substituindo a TV tradicional, aplicativos substituem canais, controles remotos estão desaparecendo e telas, proliferando.

Executivos de mídia estão ansiosos para abocanhar uma parcela de espectadores que paga para usar a internet, mas acessa alternativas de streaming de vídeo mais baratas ou opções de vídeo gratuitas, como o YouTube e outras mídias sociais. O crescimento de assinaturas de serviços de cabo e satélite dos EUA estagnou, caindo 0,5 por cento este ano, para 101,4 milhões, número que era de 101,9 milhões em 2012, de acordo com a SNL Kagan. Das pessoas com idades entre 18 e 34 anos, uma em cada seis disse não ter assistido a qualquer série original de televisão nos canais tradicionais nos últimos 30 dias, de acordo com a comScore.

Por exemplo, Jennifer Seide, de 28 anos, moradora de Nova York que assiste quatro horas de televisão por dia. Ela paga US$60 por mês à Verizon para ter acesso à internet, mas não paga por uma assinatura de TV convencional. Ela tem uma assinatura de US$8 por mês da Netflix e usa as dos amigos para acessar o Hulu e a HBO.

Os esportes são o componente principal que mantêm os canais a cabo. Mas já há um número crescente de opções de esportes na rede que transmitem pacotes tradicionais, incluindo a ESPN3.

As redes que oferecem novos serviços de streaming precisam atingir um delicado equilíbrio para não canibalizar os bilhões de dólares que as operadoras de cabo e satélite pagam para distribuir sua programação. Os novos serviços da HBO e da CBS poderiam fazer as empresas de cabo exigirem a diminuição das tarifas que pagam para exibir sua programação. E para manter seus próprios clientes, essas empresas poderiam ser forçadas a criar pacotes mais segmentados . Mas em alguns aspectos, os novos produtos poderiam beneficiar as empresas de cabo, que ganham vendendo acesso à internet.

HBO e CBS não são as únicas com novas ofertas de streaming. A Sony está preparando um produto para a internet que poderá incluir a programação da Viacom, com canais como o Comedy Central, a MTV e a Nickelodeon. A DirecTV, provedor de TV via satélite, também disse que iria começar um serviço de vídeo on-line. Um serviço semelhante da Showtime, a rede de cabo premium de propriedade da CBS, está em um "futuro não muito distante," disse Moonves.

Resta saber por quantas assinaturas de streaming os espectadores vão querer pagar. O preço básico mensal cobrado pela Netflix é de US$8, mesmo preço do serviço premium do Hulu.

O novo serviço da CBS irá disponibilizar seus programas tradicionais no dia seguinte à sua exibição, e mais de 5.000 episódios de séries clássicas do canal, como "Jornada nas Estrelas".

Como disse Marc DeBevoise do CBS Interactive: "Vai ser bem parecido com o Netflix".

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