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Com elefantes e canhões, casamento vira cerimônia de ostentação

Um elefante. Canhões de água. Uma corrida de cinco quilômetros às 7h. Esses são apenas alguns dos elementos que os casais estão incorporando às suas festas de casamento.

No caso dos elefantes, os casais dos EUA têm à sua disposição a empresa Have Trunk Will Travel, da Califórnia.

Os cinco elefantes de Kari Johnson podem ser alugados por cerca de US$ 6.500 cada um, incluindo os adereços do paquiderme. Seus clientes não são apenas noivos do sul da Ásia. “Fizemos um que era um casamento judaico, e o elefante quebrou o copo para o noivo”, contou Johnson ao “The New York Times”.

A Save Our Ships New York, por sua vez, vai a eventos privados e, durante meia hora, dispara água a partir dos seis canhões do seu barco de bombeiros, o John J. Harvey, construído em 1931. O preço: US$ 2.500.

Para quem que não se contenta com cerimônias tradicionais, parece que o céu é o limite. Ou, em alguns casos, o céu é parte do show. Fogos de artifício também são uma opção, assim como banners aéreos e mensagens escritas com a fumaça de aviões.

Conceitos que soam simples no papel podem ser complicados —e caros— de executar. “A ruína de todos os planejadores matrimoniais hoje em dia é o Pinterest”, queixou-se Steve Kemble, organizador de eventos em Dallas. Os casais “veem essas coisas na internet e não têm ideia de quanto elas custam”.

Alguns casais submetem-se (e submetem seus convidados) a desafios físicos. Laura Oliver e Paul Donnelly, que se conheceram em um clube de corrida em Illinois, correram cinco quilômetros com seus convidados antes da cerimônia. Heather Suddaby e seu marido, Aaron, ambos ex-militares, encararam a prova de obstáculos Tough Mudder, em Vermont, com seu padrinho e o oficiante da cerimônia. Sobre o enlameado percurso de 16 quilômetros passando por 20 difíceis obstáculos, a noiva disse: “É horrível. Não vou mentir”.

É por isso que alguns casais oferecem essas atividades como um opcional para os convidados ou vão sozinhos. Até ioga pode estar além das habilidades de alguns. “Você precisa pensar: será que a vovó vai conseguir fazer a postura do cachorro olhando para baixo?” disse Kellee Khalil, criadora e executiva-chefe do site Lover.ly, de planejamento matrimonial.

Muitos casais que planejam segundas núpcias sentem ter a oportunidade de fazer uma cerimonia mais ao seu agrado. “Na segunda vez, as pessoas tomam providências sobre coisas que são importantes para elas, mas que se perderam na primeira vez em meio ao burburinho das mães e sogras, do dinheiro, de todo o complexo industrial-casamenteiro”, disse o fotógrafo de casamentos Matt Mendelsohn.

Uma diferença é que, enquanto os pais dos noivos geralmente bancam as primeiras núpcias, na segunda vez o custo costuma sair por conta dos próprios nubentes. “Como são eles que pagam, eles que dão as cartas”, disse David Beahm, planejador de eventos.

O primeiro casamento de Andrea Seabrook foi um evento “de bom gosto” numa histórica igreja episcopal, ao passo que o de Kirk Easton se resumiu a uma cerimônia civil de dez minutos no subsolo de um hotel. Quando os dois se casaram, escolheram uma cerimônia em estilo “quaker” no Gramado Oeste do Memorial a Jefferson, em Washington. “Era exatamente o que queríamos fazer, com um mínimo de pompa”, disse Seabrook.

É isso que Mendelsohn espera para todos os casais cujas bodas ele fotografa. “Felizes dos que descobrem como fazer um segundo casamento já na primeira vez”, disse.

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