O método MELT — um tipo de exercício — pretende abordar uma série de queixas da meia-idade: dor crônica, ganho de peso, stress, rugas, problemas digestivos, baixa energia e insônia. Ansiosa para tirar pelo menos alguns desses da minha lista, apareci uma manhã para uma aula em Manhattan liderada por Sue Hitzmann, que desenvolveu o MELT.
Sue tem uma história de desilusão com a medicina convencional. Cerca de 10 anos atrás, ela era uma famosa instrutora de fitness, em seu 20 anos, com uma técnica de terapia neuromuscular que ganhava força. Ela desenvolveu uma dor severa no calcanhar direito que os médicos e fisioterapeutas não conseguiam explicar nem curar. Segundo ela, disseram que “era coisa da sua cabeça” e sugeriram que procurasse um psiquiatra.
Sem se deixar abater, começou a pesquisar e descobriu a recente ciência do tecido conjuntivo, ou fáscia. Pesquisadores descrevem o tecido conjuntivo como uma rede de apoio tridimensional e cheia de líquido que envolve os músculos, ossos, nervos e órgãos. À medida que envelhecemos, nossos corpos enfrentam o desgaste que acredita-se possa resultar na desidratação desse sistema. Mesmo em pessoas jovens, movimentos repetitivos como correr podem comprimir e secar a fáscia, criando áreas que Sue chama de “estresse da imobilidade.” Comportamentos sedentários podem ter o mesmo efeito.
Sue desenvolveu um sistema de autotratamento para manipular e reidratar o tecido conjuntivo. (MELT significa Myofascial Energetic Length Technique, ou técnica de alongamento energético miofascial). Depois que você aprender o método, ela disse, são necessários apenas 10 minutos três vezes por semana. O MELT agora tem 1.300 instrutores nos EUA e seguidores como a snowboarder olímpica Jamie Anderson, que usou o método para seu pé antes de ganhar o ouro em Sochi, na Rússia. Sue escreveu um livro sobre o sistema, “The MELT Method”.
Na aula, ela começa com exercícios para o pé. Primeiramente, afastando nossos pés em uma distância equivalente à largura dos quadris mantendo os olhos fechados. Levantamos todos os 10 dedos, respiramos 3 vezes e depois os baixamos. Se por acaso sentimos o corpo se inclinando para frente quando nossos dedos do pé tocaram o chão, ela disse, esse é um sinal de que nosso tecido conjuntivo não está muito bem.
Depois, colocamos uma bola sob um pé, pressionando-a com as juntas dos dedos. Movemos a bola para frente e para trás passando por diferentes pontos do arco e do calcanhar. Avaliamos nosso progresso ficando em pé e tentando perceber se há uma sensação diferente na perna. Senti uma mudança. Depois de fazer com o outro pé, repetimos o movimento de levantar e abaixar os dedos — dessa vez, não nos inclinamos para frente.
Fizemos mais três sequências deitados de costas sobre uma esteira. Primeiro avaliamos: havia partes de nossas costas e pernas que não tocavam a esteira? Se o meio das costas não a tocava (a minha não tocou) e o pescoço parecia preso ao mover a cabeça para frente e para trás, isso significava problemas no ombro. Se uma grande parte das costas não tocava a esteira, isso significava um problema com o diafragma. Se a parte de trás das coxas não a tocava (a minha não tocava), o problema estava nos quadris.
Colocamos um rolo sob nossa coluna e balançamos, depois fizemos alguns movimentos com os quadris. Prestamos atenção à nossa respiração e depois descansamos e avaliamos. Dessa vez minhas costas e coxas estavam tocando a esteira e meu pescoço parecia mais solto. Depois, usamos o rolo nas pernas e na articulação sacroilíaca na pelve. O objetivo era massagear suavemente algumas áreas e fazer os fluidos da fáscia se moverem outra vez.
Quando a aula acabou, me senti mais leve e mais energizada. Uma colega, de 73 anos, disse que o MELT tinha ajudado a diminuir sua dor na região lombar e pélvica. “Mas não dura muito”, disse ela. “É meio frustrante.”