• Carregando...
 | ILM/UNIVERSAL PICTURES e AMBLIN ENTERTAINMENT/
| Foto: ILM/UNIVERSAL PICTURES e AMBLIN ENTERTAINMENT/

Em “Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros”, cientistas de um parque temático criam uma atração viva chamada Indominus rex misturando DNAs de dois dinossauros muito diferentes.

Eles estão em êxtase. Vejam isto! O futuro glorioso, uma máquina de vender ingressos.

Mas há críticos. Que loucura! Esse monstro pode atrair multidões, mas não é natural.

O diretor e um dos autores de “Jurassic World”, Colin Trevorrow, e o produtor-executivo do filme, Steven Spielberg, estão definitivamente no primeiro time.

Mesmo com um orçamento de produção de US$ 150 milhões, “Jurassic World” é, em muitos sentidos, uma experiência.

Um diretor de arte sem grande tarimba (Trevorrow, 38) pode somar suas ideias de cinema às de um gigante cultural (Spielberg, 68) para rejuvenescer —mas não reformar— uma série de filmes dos anos 1990?

Trevorrow não é o primeiro cineasta inexperiente a ser posto no comando de uma grande franquia, ainda assim, é relativamente raro que o criador de uma série cinematográfica continue tão envolvido em uma tentativa de rejuvenescimento. Spielberg não visitou os cenários de “Jurassic World”, mas aprovou o script, assistiu ao filme diariamente e enviou sugestões.

Uma preocupação era se “Jurassic World”, estrelado por Chris Pratt e Bryce Dallas Howard, se beneficiaria da mão firme de Spielberg ou acabaria sendo uma mistura confusa de vintage com moderno. “Lembro-me da primeira reunião com Steven, quando eu tive de deixar de ser um fã e pensar em trabalho”, lembrou Trevorrow.

“Eu disse algo como: ‘Olhe, se Jurassic Park 4 fracassar, você continuará sendo uma lenda. Eu estarei acabado.’”

Revigoramento é o verdadeiro objetivo. “Não é segredo: os primeiros filmes tiveram retornos cada vez menores”, disse Trevorrow, sentado em Santa Monica, Califórnia, no escritório de Frank Marshall, produtor de “Jurassic World”. “Se fôssemos fazer mais um filme de dinossauros, teria de ser algo capaz de reconstruir nosso amor pela franquia.”

Spielberg, que fez questão ao longo dos anos de ser um mentor para jovens diretores, disse em um e-mail que ficou impressionado pela confiança de Trevorrow.

O jovem cineasta Colin TrevorrowEmily Berl/Emily Berl

“Jurassic World” tem uma história de fundo bastante torturada, que passou mais de dez anos em desenvolvimento.

Trevorrow foi contratado em março de 2013 sem ler o script. E não gostou do que leu. “Eu não entendi do que se tratava”, disse.

Assim, com Derek Connolly, Trevorrow desenvolveu um novo rascunho ao redor de três ideias básicas de Spielberg: o parque estaria aberto, os raptores poderiam ser treinados e um dinossauro sintético tinha sido criado.

Entre outras demandas de Spielberg, estava a participação de crianças na história.

Com grandes momentos de ação fornecidos por dinossauros predadores, Trevorrow queria que “Jurassic World” tivesse elementos de aventura romântica e comédia maluca.

“Eu queria fazer algo engraçado, caloroso, emocionante e romântico ao mesmo tempo que fosse assustador, intenso e sombrio”, disse. “Um filme não precisa ser só uma coisa.”

Isso pode ser a confiança de Trevorrow falando, ou talvez a ausência do cinismo cansado de Hollywood. Ao tentar atrair público no exterior, os filmes “de evento” [grandes produções, que deverão alcançar alto faturamento] ficam desprovidos de nuances. Provocações inteligentes são difíceis de interpretar, mas, sem isso, sobram apenas roteiros em que mais um super-herói destrói mais uma cidade.

Trevorrow sente falta dos filmes artesanais de sua infância nos anos 1980, como “Tudo por uma Esmeralda” e “Indiana Jones e o Templo da Perdição”, os quais acrescentaram um elemento de guerra de gêneros à ação. “Não víamos isso há muito tempo”, disse ele. “A dinâmica masculina-feminina é universal. Homens e mulheres não se entendem, e não acho de modo algum que isso seja um clichê.”

Trevorrow, de óculos, casado e com dois filhos, vem de uma família habituada ao show-biz. “Sou definitivamente do cinema do tipo ‘vamos fazer um show e divertir todo mundo’”, disse ele, que se formou em cinema e dramaturgia na Universidade de Nova York.

O tempo de Trevorrow com Spielberg não terminou. Em março, uma das empresas de Spielberg, a DreamWorks Studios, anunciou que faria “Intelligent Life”, um filme de suspense original de ficção científica coescrito por Trevorrow.

No entanto, Trevorrow disse que não voltará a dirigir um quinto filme de “Jurassic Park”.

“Essa oportunidade foi incrível, mas também quero fazer filmes originais”, disse.

“O corpo de minha obra no momento são dois sapatos pequenos e uma cabeça gigante se equilibrando nos sapatos. Preciso de um corpo de obra!”

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]