As barrinhas Exo, feitas de grilos, vêm em sabores como amêndoa de cacau e batata-doce| Foto: Tina Fineberg para The New York Times

Como fazer para deixar grilos moídos com sabor agradável?

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A resposta pode ser um pouco de gengibre e ras el hanout, um misto de condimentos usado no norte da África. E chocolate.

Greg Sewitz, 22, e Gabi Lewis, 23, começaram a produzir barras de proteínas a partir de grilos quando ainda eram colegas de quarto na Universidade Brown, em Rhode Island. Lewis, que estudava filosofia e tentou seguir uma dieta "paleo", ou paleolítica (consumindo o que nossos ancestrais das cavernas provavelmente comiam e minimizando os alimentos açucarados), não conseguia encontrar uma barra que se adequasse às suas necessidades.

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Quando Sewitz, estudante de neurociências cognitivas, assistiu a uma conferência em que um dos oradores discutiu os insetos como fonte sustentável de alimento, uma ideia nasceu.

De acordo com as pesquisas dos dois, o teor de proteína dos insetos é de 69%, comparado com 31% no caso do peito de frango e de 29% no do bife de lombo de vaca. Os grilos fornecem mais ferro que a carne bovina e quase tanto cálcio quanto o leite. Geram apenas 1/80 da quantidade de metano produzida pelo gado e precisam de 1/12˚da ração.

Para superar a repulsa provocada pelos insetos, os colegas congelaram os grilos, os assaram e os bateram no liquidificador. A recompensa pelo esforço foi seu primeiro lote de farinha de grilo, uma substância marrom que se assemelhava ao açúcar mascavo e não tinha muito gosto. Os dois estudantes então a misturaram com amêndoas, tâmaras, mel e flocos de amêndoas cruas de cacau.

Depois de se formarem, em maio de 2013, Lewis e Sewitz, que já tinham se mudado para Nova York, decidiram abrir uma empresa chamada Exo (de "exoesqueleto"). Procuraram o site Kickstarter para levantar US$ 20 mil em um mês. Alcançaram o objetivo em três dias.

Em seguida, tiveram que descobrir uma maneira de tornar as barrinhas palatáveis para um público amplo. Um amigo mútuo os apresentou a Kyle Connaughton, 37, ex-diretor de pesquisas e desenvolvimento do Fat Duck, em Bray (Inglaterra), um dos restaurantes mais aclamados do mundo, conhecido por suas inovações culinárias. Connaughton desenvolveu receitas que garantiam que cada barrinha contivesse dez gramas de proteína, o equivalente a mais ou menos 40 grilos. Além do sabor original, de amêndoa de cacau, a primeira linha de barrinhas inclui os sabores manteiga de amendoim/geleia e caju/gengibre.

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Lewis e Sewitz pretendem vender as barras de grilos em lojas de produtos naturais e academias. "Em última análise, é uma barra de proteínas", falou Sewitz. "Se é sustentável, ótimo. Mas, como vai entrar em seu corpo, o que você precisa saber é que faz bem e é delicioso."