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Encarando a vida com equilíbrio

A vida muitas vezes exige equilíbrio: como podemos lutar por mais, mas também nos contentar com o que temos? Como trabalhar para cumprir todo o nosso potencial, mas sem estresse? É importante encontrar o meio termo, porque, quando as coisas estão em desequilíbrio, corpo e mente podem desmoronar.

Em termos literais, a perda momentânea de equilíbrio pode levar a uma queda. Um teste rápido, descrito pelo corredor Alex Hutchinson num artigo no “The New York Times”, consiste em ficar 30 segundos parado numa perna só e depois tentar de novo com os olhos fechados. Ele se submeteu a uma série de testes desse tipo há alguns anos, quando pesquisava sobre caminhada em trilhas de altitude.

Apesar de sua boa forma física para tarefas de força e resistência, ele descobriu que estava tão instável como se sofresse do mal da altitude numa escalada no Himalaia

O problema, disse, é que os alvos da atividade física muitas vezes são a força muscular, a resistência aeróbica e a flexibilidade, porém vistos como elementos a serem alcançados separadamente, não como um estado holístico e interconectado. Uma forma de amarrar tudo isso, sugeriu, é manter a mente ativa.

Em atividades que exigem coordenação, como percursos com obstáculos, ou feitas com um parceiro, como a dança ou o tênis, “há novidade e imprevisibilidade, em vez de repetição. Isso é crucial para manter o cérebro envolvido”, escreveu Hutchinson.

Outra maneira de manter o equilíbrio é com aplicativos e aparelhos que monitoram a atividade corporal —os passos que você dá a cada dia, as calorias que consome ou as horas que dorme.

Em entrevista, Natasha Dow Schüll, professora do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), admitiu que esses recursos, ao agirem no lugar do usuário, criam o risco de um “embotamento mental”. Mas eles também podem —com a ajudinha de uma consciência atenta— revelar detalhes sobre o comportamento do indivíduo e ajudá-lo a cumprir seus objetivos pessoais. “É como se você fosse um detetive de si mesmo”, disse Schüll.

Ela gosta do Muse, uma faixa usada na cabeça que monitora as ondas cerebrais e reproduz sons diferentes conforme nota que o usuário está distraído ou calmo.

Ao escutar esses sons e ficar mais consciente acerca do estado do seu cérebro, “você aprende a acalmar a mente”, segundo ela.

Essa cabeça fria também pode trazer benefícios financeiros para investidores. O truque, segundo Jeff Sommer, é pensar em longo prazo em vez de viver o momento.

“Quando os investidores pensam em curto prazo e tentam acompanhar o tempo do mercado, eles não se saem muito bem”, disse Louis Harvey, presidente de uma empresa de pesquisas em Boston que acompanha os resultados de investidores em fundos mútuos. Isso ocorre em parte porque as pessoas geralmente compram e vendem com base nas manchetes do noticiário, sem levar em conta os custos das transações.

Um investimento US$ 10 mil nas ações que compõem o índice S&P 500 teria rendido US$ 65.464 em 20 anos, contra US$ 27.510 que seriam obtidos pela média dos investimentos em fundos mútuos de ações nesse período, segundo Sommer.

Depois de 40 anos, contando os reinvestimentos, a bolada subiria para US$ 428.550, em comparação a apenas US$ 75.680 conseguidos pela média dos investidores em fundos mútuos —uma diferença de US$ 352.870.

“Não se trata apenas de comprar [quotas de] fundos mútuos que estejam bombando”, disse o analista John Rekenthaler, da empresa de pesquisa e gestão de investimentos Morningstar. “É importante também não correr atrás de classes de ativos que estejam bombando. Longo prazo e constância, as duas coisas, isso que é importante.”

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