Com o rápido crescimento de oferta e demanda de energia por todos os cantos, empresas nos Estados Unidos, na Europa e em todo o mundo em desenvolvimento gastam bilhões de dólares anualmente em novas usinas de energia, turbinas eólicas e painéis solares. Agora, o foco maior está no armazenamento, para que a eletricidade gerada possa ser enviada rapidamente para a rede de energia de um país nos momentos de pico de demanda — por exemplo, no horário em que todos voltam do trabalho para casa.

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Para atender aos compromissos do combate à mudança climática, a Agência Internacional de Energia apelou aos Estados Unidos, à União Europeia, à China e à Índia para que invistam US$ 380 bilhões no armazenamento de energia até meados deste século. Isso financiaria 310 gigawatts de novos projetos, ou 28 vezes mais do que é esperado até o final desta década.

"Para muitas empresas, o armazenamento de energia é visto como o Santo Graal", disse Logan Goldie-Scot, analista do provedor de dados Bloomberg New Energy Finance. "Muitas tecnologias ainda precisam ultrapassar a fase de teste de conceito".

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Avanços recentes no armazenamento de energia, incluindo turbinas altamente eficientes cuja energia armazenada pode ser liberada para produzir eletricidade, ainda são até 10 vezes mais caros do que a geração de eletricidade a partir de combustíveis fósseis.

Pesquisadores alemães e a Etogas, uma start-up baseada em Stuttgart, testaram recentemente um projeto-piloto bem sucedido usando o armazenamento do tipo power-to-gas, ou seja, a transformação da energia em gás. O excesso de eletricidade solar ou eólica gerada foi usado para dividir a água em moléculas de hidrogênio e oxigênio em um processo que — quando combinado com dióxido de carbono — acaba criando gás natural, que pode ser usado na rede de energia de um país.

A Audi abriu uma fábrica de power-to-gas no ano passado, e agora produz combustível suficiente para abastecer 1.500 dos carros da montadora alemã, adaptados para usar gás natural.

Um consórcio de grandes empresas industriais, incluindo a alemã RWE, desenvolve uma abordagem diferente que se baseia no armazenamento de ar comprimido em grandes tanques. O ar pode ser depois liberado através de turbinas para gerar eletricidade.

Nos Estados Unidos, um grupo de empresas de energia planeja vincular um grande parque eólico em Wyoming a uma indústria de armazenamento de energia de ar comprimido em Utah. O projeto seria um dos maiores armazenamentos de energia do mundo.

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Paul Davies, sócio de infraestrutura da empresa de consultoria PricewaterhouseCoopers em Londres, diz que novos projetos, embora ainda mais caros do que a tradicional geração de energia, podem reter até 70 por cento da energia armazenada, em comparação com os menos de 50 por cento de muitas opções existentes. "Há uma perspectiva real de alcançar o armazenamento de energia em massa na próxima década".

Mais de 95% da capacidade mundial de armazenamento de energia encontra-se nas antigas hidrelétricas em países como Alemanha, Japão e Brasil. Esses sistemas bombeiam água para grandes reservatórios quando o preço da eletricidade está muito baixo, e a liberam através de turbinas, quando a produção de energia extra é necessária.

Analistas dizem que o melhor recurso, pelo menos em longo prazo, poderia ser uma tecnologia que já existe há décadas: baterias. Os fabricantes asiáticos como a Samsung e a Panasonic passaram anos melhorando a eficiência das baterias de íon de lítio usadas em smartphones, laptops e outros dispositivos sem fio. A Tesla Motors — considerada pioneira em carros elétricos — anunciou no mês passado que irá construir a maior fábrica desse tipo de baterias do mundo, em Nevada, e que produzirá baterias suficientes para abastecer 500.000 carros anualmente até o final da década.

Analistas dizem que a eletricidade armazenada em baterias ainda custa pelo menos o dobro da energia gerada por fontes tradicionais. Mas espera-se que, conforme baterias mais eficientes cheguem ao mercado, os custos cairão. Foi isso que aconteceu com os painéis solares, quando o aumento da concorrência de fornecedores reduziu o custo de produção desse tipo de energia para cerca de dois terços do que era em 2008. E as empresas veem as vantagens de se combinar a tecnologia da bateria com os recursos renováveis existentes. A Duke Energy, por exemplo, combinou o armazenamento em bateria a um grande parque eólico no Texas no ano passado.

"As baterias fazem mais sentido. Elas são mais baratas, seguras e eficientes", disse Sam Jaffe, analista de armazenamento de energia da empresa de consultoria Navigant Research, em Boulder, no Colorado. "E é muito mais fácil conseguir aprovação para construir um armazém cheio de baterias do que qualquer coisa que envolva uma chaminé".

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