Público aprende passos de dança em uma festa de temática cubana no Roulette| Foto: Byron Smith/The New York Times

No meio de um grande círculo de dançarinos amadores, formado em frente ao palco lotado de instrumentos de sopro e congas, Chris Rogicki exibia passos da salsa cubana que pareciam estratégias de namoro.

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“Deixo a minha parceira e me aproximo da garota ao meu lado, sorrindo. Mas aí volto para a primeira menina e continuo”, ensina Rogicki ao seu público, dividido em pares, com idades variando entre 20 e 40 anos, no Roulette do Brooklyn. Ele balançava os quadris enquanto descrevia a cena para depois partir para o estilo da rueda de casino.

Os alunos praticaram o passo com timidez e hesitação. Muitos, inclusive, se viraram comicamente para a direção errada.

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Uma hora depois, porém, quando o vocalista da banda, Pepito Gómez, subiu ao palco para tocar timba —uma fusão animada de ritmos afro-cubanos, de salsa e de funk— a maioria já girava com mais confiança na pista, a destreza possivelmente aprimorada graças à bebida disponível.

A noite com temática cubana foi a abertura do World to Brooklyn, realizado pelo World Music Institute, série anual de apresentações cujo objetivo é fazer o público mais jovem se interessar pelo gênero.

Comparado ao Global Salon, evento organizado pelo mesmo instituto —que consiste em três shows entre inverno-primavera, mas sem lições de dança nem DJs ou coquetéis— o World to Brooklyn pode ser descrito como uma versão mais badalada.

O World Music é uma das organizações mais proeminentes de Nova York em termos de apresentações internacionais e seus eventos ocorrem em várias casas ao redor da cidade.

Porém, Par Neiburger, o novo diretor artístico da instituição, reconhece que mesmo o nome do evento sugere uma dificuldade que pode afastar os novatos —o que ele garante que não acontece. “Acredito, sim, que represente uma barreira para o público mais jovem, mas a música tem essa capacidade de transcender limites.”

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A programação da temporada inaugural de Neiburger começa no dia 26 de junho com o pioneiro do pop nigeriano, King Sunny Adé. Duas novas séries também estão previstas: Mestres da Música Cubana e Mestres da Música Africana.

A série Africa Now!, realizada em um fim de semana no Teatro Apollo, retornará pelo quarto ano.

O clima no Roulette naquela noite era dinâmico e concentrado nas opções cubanas, incluindo uma hora de mojitos no open bar, a apresentação de dança de uma trupe local de salsa, a Fuákata, e o quadro de Gómez, que fazia parte da famosa banda de timba cubana Pupy y Los Que Son Son.

“Gostei muito dessa seleção porque tem gente nova que ainda não tinha visto”, vibra ele.

Molly Thorkelson, executiva de uma empresa de tecnologia de trinta anos e participante do World to Brooklyn pela primeira vez, resumiu bem a cena: “É uma mistura entre os patetas do Brooklyn com o pessoal que manja tudo de salsa”.

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“A banda é muito boa e tem espaço para dançar”, disse.