Uma imagem de uma mamografia comum, à esquerda, e uma imagem da tomossíntese com um tumor| Foto: hologic

Adicionar um exame mais moderno às mamografias digitais pode aumentar a taxa de detecção do câncer da mama e diminuir os irritantes alarmes falsos, constata um estudo.

CARREGANDO :)

Este ano, milhões de mulheres passarão pelo novo exame, a tomossíntese. O procedimento é parecido com uma mamografia de rotina, sendo que na mamografia a máquina fica parada, enquanto na tomossíntese ela se move ao redor da mama. Às vezes chamada de mamografia em 3-D, o exame tira muitos raios X em ângulos diferentes para criar uma imagem tridimensional da mama. O exame foi homologado nos Estados Unidos em 2011.

Ainda não foi determinado o valor dessa nova tecnologia em longo prazo. Os novos resultados são promissores, mas não definitivos, segundo especialistas não associados ao estudo, publicado na Revista da Associação Médica Americana. A tomossíntese não existe há tempo suficiente para determinar se salva vidas ou se não detecta os tumores.

Publicidade

Mesmo assim, os centros de mamografia em números cada vez maiores, estão comprando o equipamento, que custa muito mais que a unidade de mamografia padrão, e utiliza mais radiação, mas a dose ainda é baixa e está dentro dos limites considerados seguros, afirmam os médicos.

Jim Culley da Hologic, empresa que fabrica o equipamento, estima que mais de seis milhões de americanas passem pela tomossíntese este ano.

Outros países começaram a fazer a tomossíntese em 2008, segundo Culley, e mais de 50 países a utilizam atualmente. Contudo, muitos restringem o exame às pacientes com problemas na mama, em vez de usá-lo para fazer a triagem de mulheres saudáveis.

"O exame está se consolidando no mundo da imagem", disse a Dra. Sarah M. Friedewald do Hospital Geral Advocate Lutheran em Park Ridge, em Illinois, uma das autoras do novo estudo.

Os estudos recentes indicaram que os benefícios da mamografia foram exagerados e os seus males em potencial foram abrandados.

Publicidade

A nova informação sobre a tomossíntese "não irá resolver as discussões em andamento sobre a eficácia geral da mamografia", disse Dr. Barnett S. Kramer do Instituto Nacional do Câncer. Ele completou, "Em resumo, ela promete o suficiente para que os formadores de opinião fiquem interessados, assim como as pessoas que lidam com a imagem e com a triagem no Instituto Nacional do Câncer".

O estudo analisou os registros de 13 centros de mamografia nos EUA antes e depois de acrescentarem a tomossíntese. Os pesquisadores compararam a taxa de detecção de câncer, quantas vezes as mulheres precisaram remarcar mais exames para verificação das novas descobertas, e qual a proporção dos retornos e das biópsias que de fato descobriram o câncer.

O projeto envolveu 454.850 triagens:281.187 com a mamografia digital e 173.663 em conjunto com a tomossíntese.

Embora a tomossíntese produzisse mais biópsias, mais deram positivas para o câncer: 29,2 por cento contra 24,2 por cento com a mamografia digital somente.

"Constatamos um aumento nos cânceres invasivos, aqueles que nos preocupam, que podem ser letais", a Dra. Friedewald disse. E completou: "Estamos detectando os que queremos detectar. Em todos os lugares, é muito animador. Também estamos reduzindo o número de retornos".

Publicidade