Na oficina mecânica de Dimitris Poliviou, no bairro londrino de Belsize Park, os clientes estão optando cada vez mais por veículos movidos a diesel. "Há quantidades crescentes deles", disse Poliviou.

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As estatísticas confirmam sua opinião. Nos últimos 25 anos, os motoristas europeus passaram a preferir carros a diesel, tentando economizar dinheiro em uma região onde os combustíveis custam caro. Mais da metade dos novos carros registrados na Europa Ocidental no ano passado eram movidos a diesel, sendo que, em 1990, a cada dez carros vendidos apenas um tinha essa característica. Agora, a Exxon Mobil, maior empresa petrolífera dos Estados Unidos, está tentando aproveitar o boom do diesel para reanimar suas refinarias em dificuldades na Europa.

Como o refino de petróleo passou a dar prejuízo para a maioria de seus concorrentes europeus, a Exxon Mobil pretende investir mais de US$ 1 bilhão (R$ 2,27 bi) para aumentar a produção de diesel em sua grande refinaria em Antuérpia, Bélgica.

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Steve Hart, diretor de refino da Exxon Mobil para a Europa, disse no mês passado que a empresa estava cogitando investir em diesel em outros locais na Europa, onde ela tem nove refinarias e ocupa o segundo lugar no ranking da indústria, atrás da gigante francesa Total. Segundo Hart, por meio de sua rede de refinarias no noroeste da Europa, a Exxon Mobil recolherá combustíveis pesados que não têm mais muita demanda —como o carvão consumido por caldeiras de navios mais antigos— e os levará de navio para Antuérpia. Uma nova unidade de refino nessa cidade irá destilar as substâncias viscosas, transformando-as em diesel e em um combustível mais leve semelhante ao utilizado por navios mais modernos. A empresa então venderá o diesel no noroeste da Europa, que atualmente o importa dos EUA, do Oriente Médio e da Rússia.

A Exxon Mobil está seguindo uma tendência que inicialmente foi estimulada pela taxação mais baixa sobre carros a diesel.

Montadoras da Alemanha e da França desenvolveram versões a diesel do Volkswagen Golf, do Audi A4, do Renault Clio e do Peugeot 308, as quais abocanharam dois terços do mercado de carros novos na França, na Espanha e na Bélgica, e metade desse mercado no Reino Unido e na Alemanha.

"As pessoas preferem a potência do diesel, que parece tornar os carros muito mais velozes", comentou Luke Madden, editor dos sites Auto Express e Carbuyer, baseados em Londres. Madden disse que os carros a diesel têm melhor eficiência de combustível do que os movidos a gasolina.

Mudanças no consumo de combustível deixaram as refinarias europeias com uma combinação de produtos excessivamente ligados à gasolina.

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Muitas, porém, não podem fazer os investimentos necessários para se adaptar ao novo ambiente de negócios.

Robert Campbell, da empresa de pesquisas de mercado Energy Aspects, calcula que as refinarias menores estejam perdendo de US$ 4 a US$ 6 por barril de petróleo que processam, ao passo que as maiores podem estar lucrando de US$ 1 a US$ 2 por barril. Segundo ele, as refinarias acham que "a demanda por petróleo na Europa está diminuindo, então não há motivo para investir em refinarias".

Alguns analistas questionam se a nova jogada da Exxon Mobil é sensata, uma vez que a indústria petrolífera ainda lida com uma capacidade excedente considerável.

Oswald Clint, da Bernstein Research em Londres, disse que a Exxon Mobil poderia aumentar os lucros com mais rapidez se fechasse as unidades que estão deficitárias na Europa.

Outros discordam

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"As refinarias europeias têm de investir em um ambiente difícil para sobreviver em longo prazo", disse Paul Hodges, da firma de consultoria International eChem, em Londres.

"Custaria muito mais caro fingir que o mercado global voltará a ser como há 25 anos."