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Com a queda do preço do petróleo, cresce a demanda por serviços de superpetroleiros como o Flandre | /
Com a queda do preço do petróleo, cresce a demanda por serviços de superpetroleiros como o Flandre| Foto: /

Recentemente, Jonathan Lee, que está há 30 anos no ramo de transporte marítimo, estava animado como um novato com a cena em sua tela no centro internacional de sua empresa de fretamento e controle de petroleiros.

Embora os preços do petróleo tenham caído em todo o mundo, o negócio de comandar superpetroleiros de 2 milhões de barris pelos mares nunca esteve tão vigoroso — ou mais global. Lee apontou a localização do Leonidas, fretado por uma subsidiária da companhia petrolífera chinesa Sinopec.

O Leonidas, que saiu vazio do porto de Qingdao, no norte da China, após uma parada em Cingapura para abastecer, seguia para o Gabão, na África Ocidental. Lá, seria embarcada uma carga de petróleo bruto que voltaria para a China, uma viagem de ida e volta de cerca de 75 dias.

“Anos atrás, a China não comercializava com a África Ocidental; agora ela é o maior cliente. Você está vendo a história mudar com seus próprios olhos”, disse Lee, diretor-executivo da Tankers International.

O que está acontecendo com os preços e a distribuição é um novo capítulo na história da indústria petrolífera. A queda dos preços do petróleo no ano passado foi mais um resultado da crescente oferta mundial do que de qualquer diminuição na demanda. Os países que sempre foram grandes importadores de energia, como a China e a Índia, estão aproveitando o que pode vir a ser uma oportunidade de negócio para aumentar suas reservas.

E, então, os superpetroleiros fazem menos viagens curtas, de lugares como Gabão e Nigéria para a costa do Golfo dos Estados Unidos, que já não precisam tanto do seu petróleo. Em vez disso, os navios estão fazendo viagens maiores — e mais lucrativas — à Índia, China e outros lugares na Ásia. Portos distantes da China, como os da Venezuela e do Brasil, também estão enchendo os navios que irão levar petróleo para a Ásia.

Para a empresa de Lee e as transportadoras marítimas às quais ele atende, 2015 promete ser uma época de crescimento, após alguns anos de estagnação. “O que fazemos é vender espaço. Se nossos navios são utilizados por períodos consideráveis de tempo, os navios restantes podem ser vendidos a preços mais elevados.”

A Tankers Internacional é a representante da Very Large Crude Carriers, navios que têm cerca de 335 metros de comprimento. Sua capacidade de 2 milhões de barris é o equivalente à produção diária de um país produtor de petróleo de médio porte, como a Noruega. Com os preços atuais, essa carga vale US$120 milhões. Existem quase 600 superpetroleiros desse tipo, e a Tankers International trabalha com cerca de 40 deles.

Petróleo mais barato também significa uma grande economia para os armadores, cujos superpetroleiros são movidos com combustível à base de petróleo, que há anos não está tão barato.

“O excesso de petróleo é bom para o setor petroleiro”, disse Simon Toyne, analista da Genscape, empresa de pesquisa de mercado.

Há também um negócio lucrativo para alguns petroleiros. A queda dos preços do petróleo em janeiro fez com que comerciantes dessa commodity solicitassem cerca de 20 navios com planos para usá-los como tanques de armazenamento flutuante.

Um pequeno aumento dos preços do petróleo por causa de tensões no Oriente Médio diminuiu o apelo da estratégia. Porém, executivos como Patrick Rodgers, da Euronav, uma das maiores empresas de petroleiros, dizem que esperam que o interesse pelo uso dos navios para armazenamento retorne. A crença geral é que o abastecimento continuará a exceder a demanda, e o armazenamento em terra continuará lotado. “Veremos uma demanda e estímulo reais para armazenar petróleo e isso vai acontecer nos navios”, Rodgers disse a analistas.

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