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Forma de pagar online conquista a Europa

Carolina Walther é usuária regular do sistema Klarna desde o ano de 2012 | Martin Edström para The New York Times
Carolina Walther é usuária regular do sistema Klarna desde o ano de 2012 (Foto: Martin Edström para The New York Times)

Pronto para pagar por sua compra online? Para completar a transação, você só precisa preencher seu endereço de e-mail e CEP. A conta lhe chegará pelo correio.

Essa é a opção oferecida a consumidores em 45 mil sites de comércio eletrônico que usam o serviço de pagamento on-line Klarna, uma start-up em crescimento cuja sede fica em Estocolmo.

Em alguns segundos o Klarna analisa fontes de crédito e dados de compras on-line, em número enorme, para determinar se você vai assumir a responsabilidade por sua compra. O sistema pode até lhe dar um prazo maior para pagar: até 15 dias depois da chegada da conta pelo correio.

O sistema de pagamento, que para os usuários com boa classificação de crédito é facílimo de usar, conquistou milhões de fãs na Europa nos últimos dez anos. Depois de acumular quase US$ 300 milhões obtidos de investidores, a empresa hoje é avaliada em mais de US$ 1 bilhão. Resta ver se ela conseguirá se expandir em outras partes do mundo, onde teria que competir com empresas como a PayPal.

"O Klarna é como um iceberg porque o consumidor só vê um décimo do que ele faz", disse Klaus Hommels, investidor na empresa. "Seu verdadeiro segredo é o modo de analisar o risco de crédito".

A maioria dos sistemas de pagamento requer que o usuário tenha dinheiro em sua conta bancária ou um cartão de crédito cadastrado. Mas, quando uma compra é feita com o Klarna, a empresa subscreve o risco financeiro para o comerciante até o consumidor pagar pelo produto, ou logo depois de completar sua transação ou quando recebe o produto pelo correio.

O sistema exige que o Klarna avalie cada consumidor no momento da compra e julgue se é digno de crédito. A empresa rapidamente calcula as chances de fraude, analisando variáveis como informações de crédito e dados relativos a 170 milhões de transações já fechadas.

A maioria das compras é aprovada em menos de um segundo. A empresa recebe dos varejistas uma porcentagem pequena sobre cada transação e oferece aos consumidores planos de pagamento em prestações sobre as quais cobra juros.

A advogada sueca Carolina Walther, 30, é usuária regular do Klarna desde 2012. Ela prefere usar esse sistema a fornecer seus dados de cartão de crédito on-line.

Walther diz que a opção oferecida pelo Klarna de pagar apenas depois de receber o produto que comprou —um serviço que o PayPal também oferece nos EUA— é outra grande atração.

O Klarna tem índices muito baixos de inadimplência (menos de 5%) nos países nórdicos. Mas quando foi lançado na Alemanha, quatro anos atrás, o índice de inadimplência inicial chegou a cifras de dois algarismos. Hoje a empresa traça algoritmos para cada país em que opera. Para ajudar a identificar fraudes na Suécia, por exemplo, ela recorre ao número de identificação dado obrigatoriamente a cada cidadão.

A empresa diz que já reduziu o número de compras fraudulentas para menos de 1% das transações, mas que sofre outros prejuízos ligados a seus planos de compra a prazo e outros problemas. Ela hoje tem 25 milhões de usuários em 15 países, todos da Europa.

O Klarna diz que o fato de simplificar o processo de pagar pode diferenciá-lo nas compras feitas pelo telefone celular, em que muitas pessoas desistem antes de pressionar o botão de "comprar" porque não gostam de revelar informações de seus celulares.

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