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A Galeria Rovi Itinerante visitou Nova York, e a Caravana Salão-Galeria & Atrações à Beira da Estrada, à esquerda, perambula por Seattle: arte itinerante ajuda a divulgar novos talentos | Aaron Graham; à esquerda, matthew ryan williams para the new york times
A Galeria Rovi Itinerante visitou Nova York, e a Caravana Salão-Galeria & Atrações à Beira da Estrada, à esquerda, perambula por Seattle: arte itinerante ajuda a divulgar novos talentos| Foto: Aaron Graham; à esquerda, matthew ryan williams para the new york times

Em um sábado recente, Elise Graham e o filho de 23 anos, Aaron, estacionaram um caminhão van em uma vaga de estacionamento em Manhattan, abriram as portas do fundo, baixaram as escadas de alumínio, e convidaram os visitantes para entrarem na Galeria Rodi Itinerante deles.

Em todos os Estados Unidos, a arte está com tudo. Inspirados pelo sucesso dos "food trucks", os proprietários de galerias como os Grahams, que residem a 65 quilômetros da Cidade de Nova York, estão levando a exibição móvel à região.

A Rodi exibe o trabalho de artistas emergentes, como os vibrantes quadros de natureza morta de Torey Thornton, de 23 anos, que pinta em painéis de madeira ripada.

Em Manhattan, o caminhão atraiu trabalhadores, turistas e apreciadores da arte que usaram o Facebook para encontrar a localização da exibição. Ted Alexandro, de 45 anos, comediante, admirou "o espírito faça você mesmo" ao se deparar com a galeria itinerante. "Ver a arte sendo exibida dentro de um caminhão que parecia uma galeria me deixa feliz", ele disse.

Os donos das galerias móveis afirmam que estão tentando evitar os limites – e a política – do sistema de galerias; tentando ajudar as pessoas a pensarem sobre a arte de maneiras diferentes; ou tentando atingir mais comunidades, especialmente àquelas com pessoas jovens e idosas que não costumam frequentar as regiões de arte. Foi isso o que motivou Berge Zobian de Providence, em Rhode Island, a montar seu caminhão em 2012, equipado com o espaço para a exibição, um sistema de som, câmeras de segurança, monitores de projeção e até um local para fazer café. Em uma ocasião, ele levou 40 quadros a uma igreja, um deles custando 35 mil dólares.

"Sempre ouvi isso", disse Zobian, que também já foi dono de galerias tradicionais nos últimos 14 anos. "As pessoas dizem, ‘Queria que você tivesse uma galeria em minha cidade’, como se conseguíssemos simplesmente chegar e construir uma nova galeria".

A rede social mostra a tendência invadindo Los Angeles; Seattle; Santa Fé, no Novo México; Tampa Bay, na Flórida; e Chicago. O Twitter está cheio de pessoas divulgando o paradeiro deles com hashtags como #pénaestrada.

Dificilmente esta seria a primeira vez que os artistas americanos se tornaram itinerantes. Gracie Mansion lançou sua "Exibição Limusine" em 1981 em uma limusine alugada, estacionada em Nova York, onde ela convidava os transeuntes para tomar champanhe no banco traseiro enquanto vendia a arte dos seus amigos.

Ann Fensterstock, palestrante de arte contemporânea, disse que as galerias são parte de uma nova maneira de criar a arte, completando que elas são formas bem mais tangíveis de exibir a arte do que outra opção de baixo custo: a venda online.

Alguns, no entanto, frisam que os artistas podem não ser levados a sério sem o endosso de uma galeria. Os críticos perguntam: É possível se tornar uma força dentro do mundo da arte sem representação comercial? "Se você vai gastar muito dinheiro com uma pintura, acho que você quer uma galeria dedicada por trás dela", disse Andrew Russeth, editor de um website de arte de Nova York. "Então, acho que é aí que o negócio do caminhão se quebra".

Brenda Scallon, baseada em Seattle, migrou de uma galeria tradicional para um formato móvel com a sua Caravana Salão-Galeria & Atrações à Beira da Estrada. Ela tem também um programa de residência para artistas.

"Eu sentia saudades", ele falou de sua galeria tradicional, "mas os aluguéis eram muito caros, e para compensar isso, eu teria de me dedicar 12 horas por dia, sete dias por semana". Suas despesas gerais agora são 300 dólares por ano, comparado aos 1.200 dólares mensais que pagava, o que significa que pode cobrar dos artistas uma comissão menor.

Graham paga aproximadamente 395 dólares mensais pelo caminhão, seguro e gasolina, e diz que isso lhe permite correr riscos. "Temos muita liberdade para exibir a arte conceitual mais inovadora que queremos", ela disse.

Dentre os artistas que ela e o filho exibem está Brandon Ndife, que disse que exibir o seu trabalho na Rodi lhe possibilita testar as reações dos visitantes sem se preocupar com as vendas. "Houve uma explosão de energia após a exibição", ele contou. "Com isso, vou conseguir contatos".

Fensterstock disse que o modelo caminhão tem suas limitações. "Ele não propicia o retorno da clientela; ele não propicia a contemplação; ele não propicia a criação de um forte local comercial pelo qual a arte se vende", disse. Mas tudo isso só é importante se os jovens estiverem buscando fama e riqueza, ela completou.

Por enquanto, Graham disse, "Tenho ideais que quero seguir".

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