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Gasolina barata nos EUA enfraquece híbridos

Erik Tufteland tinha um Honda Civic híbrido, mas o trocou por um Subaru Forester | Emily Wilson/The New York Times
Erik Tufteland tinha um Honda Civic híbrido, mas o trocou por um Subaru Forester (Foto: Emily Wilson/The New York Times)

Até que ponto o consumidor se dispõe a fazer um esforço para ter um veículo que afirme sua preocupação com o meio ambiente? Há limites, ao que tudo indica.

Em 2012, com os preços da gasolina em alta, o dono de um veículo híbrido sabia que o custo mais alto do carro seria compensado em cinco anos. Agora que a gasolina custa menos nos EUA, podem ser necessários dez anos ou mais para recuperar o custo inicial mais alto, e os donos de carros híbridos os estão abandonando em favor de utilitários esportivos e outros modelos movidos a gasolina.

“Queremos salvar o meio ambiente, mas talvez não quando isso nos custa centenas de dólares por ano”, explicou Jessica Caldwell, diretora de análises industriais da Edmunds.com.

Erik Tufteland, de Las Vegas, trocou seu Honda Civic Hybrid ano 2005 por um Subaru Forester ano 2014. Ele queria um veículo de tração nas quatro rodas que fosse mais adequado para viagens para esquiar e praticar snowboarding.

Tufteland imaginou que sentiria falta das economias possibilitadas por seu Honda, mas concluiu que as vantagens do Subaru pesaram mais que as economias modestas em combustível. “Os custos de combustível não são tão diferentes assim, e o Subaru é muito mais funcional.”

Mais ou menos 55% dos americanos que possuem carros híbridos e elétricos os estão trocando por modelos a gasolina. Mais de um em cada cinco os estão trocando por SUVs. As vendas de carros elétricos caíram de 3,4% do mercado no ano passado para 2,7% até abril deste ano, segundo a Edmunds.com. Ao mesmo tempo, as de utilitários esportivos subiram de 31,6% para 34,4% do mercado.

Antes de os fãs dos veículos híbridos acusarem essas pessoas de traição, vale observar que as trocas não são de um Toyota Prius para um Cadillac Escalade. O universo dos utilitários esportivos, antes repleto de veículos de altíssimo consumo de gasolina, cresceu e hoje abrange modelos compactos e até mesmo subcompactos, cuja economia de combustível aumentou em mais de um terço em menos de uma década.

Scott Vazin, porta-voz da Toyota, reconheceu que hoje existe paridade tecnológica maior, mas que a Toyota tem confiança em seu elenco crescente de híbridos.

“Ainda enxergamos o veículo híbrido como tendo vantagem nítida em termos de eficiência total”, disse. “Ele pode não ser a última novidade, mas sabemos que direção os preços dos combustíveis vão seguir e sabemos que o combustível é um recurso finito.”

A General Motors prepara um modelo elétrico novo, o Volt modelo 2016, para chegar aos showrooms no segundo semestre. Como outras montadoras, a GM se esforça para reduzir os custos e melhorar o desempenho de seus modelos elétricos para torná-los mais competitivos.

Pamela Fletcher, diretora de engenharia de veículos elétricos da GM, observou que os usuários fiéis de carros híbridos e inteiramente elétricos enxergam neles outras vantagens além da economia de combustível, desde a operação elétrica suave e silenciosa até a conveniência de prescindir a passagem por um posto de combustíveis para carregar seu veículo em casa.

Ela disse que a GM pensa sua frota elétrica de olho no longo prazo. “Não podemos dizer: ‘Vamos só de brincadeira colocar este Volt no mercado e ver o que acontece com os preços da gasolina’.”

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