Cada vez mais, as ambições e investimentos do Google voltam-se para fora das suas origens —as buscas na internet e os anúncios on-line— e alcançam o mundo dos objetos físicos: carros autoguiados, óculos conectados à internet, termostatos inteligentes e uma empresa de biotecnologia que se propõe a desenvolver tratamentos que prolonguem a vida.
Agora, o Google está chegando àquela que é a manifestação máxima do conturbado mundo real: as cidades. O gigante do Vale do Silício está criando e financiando uma empresa à parte, dedicada a propor novas tecnologias que melhorem a vida urbana.
A start-up, chamada Sidewalk Labs, será comandada por Daniel Doctoroff, ex-executivo da Bloomberg LP e ex-vice-prefeito para o desenvolvimento econômico da cidade de Nova York.
Doctoroff desenvolveu a ideia da nova companhia, que terá sede em Nova York, junto a uma equipe do Google, chefiada pelo seu executivo-chefe, Larry Page.
Os fundadores descrevem a Sidewalk Labs como uma “empresa de inovação urbana” que irá buscar tecnologias para reduzir a poluição e o consumo energético, agilizar o transporte e reduzir o custo de vida das cidades. Para atingir esse objetivo, segundo Doctoroff, a Sidewalk Labs prevê criar tecnologias, comprar outras e investir em parcerias.
Doctoroff diz que a Sidewalk Labs surge em boa hora porque “estamos à beira de um momento histórico para as cidades”, com o rápido amadurecimento de tecnologias que ajudarão a resolver necessidades relativas ao ambiente, à saúde e à habitação.
O arsenal de tecnologias que estão tendo rápido desenvolvimento inclui, segundo ele, os smartphones e a subsequente explosão de dados digitais, combinados com softwares inteligentes que orientem moradores e prefeituras na tomada de decisões.
Grandes empresas de tecnologia, como IBM e Cisco, já aplicam a tecnologia da informação para tornar as cidades mais eficientes.
A IBM está usando seus pesquisadores e sua capacidade técnica em projetos como a gestão do tráfego em Estocolmo e a previsão meteorológica de alta resolução para alertar quais serão as áreas mais propensas a deslizamentos na cidade do Rio de Janeiro.
Enquanto as grandes empresas de tecnologia fazem “uma abordagem de cima para baixo e buscam se inserir na infraestrutura urbana”, disse Doctoroff, a Sidewalk Labs se propõe a desenvolver “plataformas tecnológicas às quais as pessoas possam se conectar” para coisas como gerenciar o uso de energia ou alterar seus hábitos de deslocamento.
Já está surgindo um campo acadêmico voltado para a aplicação de tecnologias digitais modernas aos sistemas físicos das cidades.
Entre os principais exemplos estão o Centro de Ciência e Progresso Urbano, da Universidade de Nova York, e o Centro Urbano de Informática e Dados, da Universidade de Chicago. “É ótimo ver uma iniciativa ambiciosa do setor privado, como essa, reconhecer que as cidades são importantes”, disse Steven Koonin, diretor do centro de estudos da Universidade de Nova York.
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