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Ciência & tecnologia

Google exclui o controle humano de carro autônomo

Carros autônomos do Google não possuem os controles de praxe, como volantes e freios | Google
Carros autônomos do Google não possuem os controles de praxe, como volantes e freios (Foto: Google)

Os humanos talvez sejam o único problema que o Google não consegue resolver.

Por quatro anos, a empresa projetou carros autônomos dotados de um mecanismo para devolver o controle do volante ao motorista, em caso de emergência. Hoje, porém, as melhores cabeças do Google dizem que não vão conseguir fazer essa ideia funcionar no futuro próximo.

A resposta que eles propõem é excluir o motorista por completo.

A empresa começou a construir uma frota de cem veículos elétricos experimentais que vão dispensar todos os controles de praxe presentes nos automóveis modernos.

O veículo de dois assentos se parece um pouco com o Fiat 500 ou o carro Mercedes-Benz Smart, mas sem o volante, o acelerador, o freio e a alavanca de câmbio. As únicas coisas que o motorista controla são um botão vermelho para paradas de emergência e um botão separado para dar partida.

O carro será chamado com a ajuda de um aplicativo para smartphone. O passageiro embarcará e o carro o levará a um destino também selecionado por um app, sem qualquer intervenção humana. Uma utilização potencial do veículo seria em táxis sem motorista.

Sergey Brin, cofundador do Google que participa das pesquisas, disse que a empresa decidiu modificar o projeto mais de um ano atrás, após um experimento em que funcionários do Google usaram veículos autônomos no trajeto entre suas casas e o trabalho. Não houve acidentes. Mas engenheiros do Google perceberam que pedir a um passageiro humano (que poderia estar lendo, devaneando ou até cochilando) que assumisse a direção numa emergência não funcionaria.

"Vimos coisas que nos deixaram um pouco receosos", disse Christopher Urmson, especialista em robótica que dirige o projeto de carro do Google.

Os veículos terão sensores eletrônicos capazes de enxergar por 180 metros em todas as direções. A parte frontal do carro será feita de um material semelhante a espuma, caso o computador sofra uma pane e o carro atinja um pedestre. O veículo se parece com um carrinho-bolha do futuro.

A nova estratégia do Google para o automóvel autônomo representa uma quebra com muitos projetos concorrentes. A Mercedez, a BMW e a Volvo lançaram carros capazes de andar sem intervenção do motorista sob circunstâncias limitadas, mas nenhum deles elimina o motorista por completo.

O sistema dessas marcas permite que o carro manobre e siga outro veículo quando anda em rodovias em baixa velocidade, em situações em que é preciso parar e andar novamente.

O novo protótipo do Google andará em velocidade máxima de 40 km/h. Cem exemplares do veículo estão sendo construídos. Eles terão autonomia de 160 km, graças ao motor elétrico mais ou menos equivalente ao que é usado pelo 500e da Fiat, disse Urmson. De acordo com o Google, os carros devem estar prontos para sair para as ruas no início de 2015.

O plano é realizar provas-piloto na Califórnia, onde as leis permitem a circulação de veículos autônomos. O Google espera convencer os reguladores de que os carros podem funcionar em segurança sem motorista, volante, freio ou acelerador. Eles serão controlados inteiramente por sensores e software Google.

Para Sergey Brin, o esforço do Google para transformar os transportes modernos "levará muito, muito tempo para dar frutos". "Mas acho que tem muito potencial", disse.

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