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Linha Dourada macula um sistema de metrô que era o orgulho da cidade

Passageiros comprimidos em um ônibus na estação Culhuacán no trecho elevado da Linha Dourada onde o serviço do metrô foi suspenso | Adriana Zehbrauskas para The New York Times
Passageiros comprimidos em um ônibus na estação Culhuacán no trecho elevado da Linha Dourada onde o serviço do metrô foi suspenso (Foto: Adriana Zehbrauskas para The New York Times)

Temos música nos trens da mais nova linha de metrô da Cidade do México, a Linha Dourada. Em uma manhã recente, a seleção chegou à clássica: "Midnight Train to Georgia".

Mas esse trem não iria para outro estado. Não iria para o terminal, nem mesmo até a metade do caminho.

Onze das 20 estações da Linha Dourada, juntamente com o seu trecho de via elevada, foram forçadas a fechar até último aviso.

Tais confusões não são incomuns no México, onde as estradas se desmoronam após as chuvas, uma série de hospitais inacabados aguarda equipamentos e as paredes das bibliotecas gotejam com a umidade.

Até agora, porém, o metrô tinha sido diferente. Rápido e barato, custando menos de 40 centavos por viagem, os trens transportam cerca de 5,3 milhões de pessoas por dia, colocando a rede metroviária da Cidade do México logo abaixo da de Nova York, uma das mais movimentadas do mundo.

Quando foi inaugurado em 1969, o metrô era o símbolo de uma nação em ascensão. Os túneis aguentaram o terremoto devastador de 1985, e a aparência suave da estação a transformou em cenário futurístico no filme de ficção científica de 1990 "O Vingador do Futuro".

Mesmo agora, lotado e surrado, como boa parte desta enorme cidade, o metrô ainda faz com que as pessoas não se atrasem para o trabalho.

Então, veio a Linha Dourada – parece mais com a cor de mostarda no mapa – oficialmente chamada de Linha 12. Logo após a abertura da linha em outubro de 2012, problemas sérios se tornaram evidentes. Nos trechos elevados, os trens se moviam cada vez mais lentamente porque os engenheiros temiam que eles pudessem descarrilar e cair na rua abaixo.

Em março, a cidade divulgou que estava suspendendo o serviço em uma grande parte da linha.

Quando a Linha 12 estava funcionando corretamente, ela reduzia uma hora do percurso para María de la Luz Cobos, 57 anos, que trabalha em uma empresa que vende materiais de construção. "Quando construíram esta linha, foi uma maravilha", ela disse. "Vamos ver quanto tempo levam para consertá-la".

O prefeito Miguel Ángel Mancera aumentou as esperanças recentemente quando disse que o trabalho de reparo podia levar menos de seis meses. As autoridades estão aguardando o relatório de duas empresas francesas contratadas para diagnosticar o problema da Linha Dourada.

A causa do defeito permanece desconhecida. Mas todos concordam que os trilhos sofreram um padrão incomum de desgaste acelerado. E o consórcio que construiu a linha observou que as especificações para os trens mudaram na metade do projeto, uma questão que levou a mídia em massa a dizer que as rodas não se encaixavam nos trilhos.

"Em público, todos estão se eximindo da responsabilidade", disse Héctor Retana, 23 anos, estudante de contabilidade cujo trajeto de duas horas e meia foi cortado para apenas uma hora quando a linha entrou em operação, e agora gasta mais meia hora, viajando nos ônibus lotados e dilapidados que cobrem a parte suspensa do itinerário da Linha 12. "Mas se você é o chefe de alguma coisa, então você tem de ser responsável pelo que acontece".

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