Empresas estão encontrando novas maneiras de lucrar, enquanto os americanos se dispõem a gastar para ficar saudáveis.

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Alimentos naturalmente isentos de glúten, como pipoca e nozes, agora anunciam esse fato em suas embalagens. Embora apenas 6% da população apresente sensibilidade ao glúten, 30% do público quer reduzir o glúten de sua alimentação, revelou a empresa de pesquisas de mercado NPD Group. Nos Estados Unidos, as vendas de produtos isentos de glúten movimentaram US$ 10,5 bilhões no ano passado, e as vendas anuais podem passar dos US$ 15 bilhões em 2016, segundo o "New York Times".

"Há pessoas que realmente precisam de alimentos sem glúten por razões de saúde, mas elas não formam a maioria dos consumidores que movimentam este mercado", disse ao jornal Virginia Morris, vice-presidente de estratégia para os consumidores da Daymon Worldwide.

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"Acho que essa tendência vai crescer", disse. "Acho que nós, como país e como planeta, vamos continuar preocupados com o que entra em nossa alimentação."

Para quem tem condições de pagar US$ 900 mensais por cursos como o de tonificação abdominal, o site Well+Good traz informações atualizadas sobre como viver de modo saudável em Nova York. A cobertura inclui artigos como um texto sobre uma marca de sementes de chia que custam quatro vezes o valor das sementes de chia aparentemente de qualidade inferior. As aulas de ginástica divulgadas no site lotam em pouco tempo.

Uma novidade que vem ganhando popularidade é o Piloxing —em parte Pilates, em parte box e em parte dança. Criado por uma antiga dançarina de jazz, o Piloxing é elogiado por sua abordagem dinâmica. Mas puristas criticam a interpretação feita dos exercícios criados por Joseph Pilates. "Não há ligação nenhuma entre mente e corpo", disse ao "NYT" Jennifer DeLuca, proprietária do estúdio de Pilates Body Tonic, de Nova York. "O que ela está fazendo certamente tonifica os glúteos, mas dizer que isso é Pilates é ir longe demais."

Mas o Piloxing é ensinado por 7.000 instrutores em 36 países. Melisse Gelula, fundadora do Well+Good, disse que os movimentos de fitness e wellness (bem-estar resultante do equilíbrio entre corpo, mente e alma) estão ficando mais acessíveis, em vez de estar disponíveis apenas em academias que promovem retiros específicos. "Agora tudo isso —tratamentos energéticos, bares de sucos naturais, spin— faz parte do cotidiano das pessoas", disse Gelula ao jornal.

O monitoramento da atividade física também pode fazer parte da rotina, desde que quem o faça tenha US$ 100 sobrando. Rastreadores de atividade (em inglês, "activity trackers") mantêm um registro das calorias queimadas e horas dormidas, e modelos mais caros podem monitorar o ritmo cardíaco e a temperatura da pele.

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"Os fabricantes dos aparelhos lançaram campanhas para convencer os consumidores a se conectar e começar a registrar todos seus movimentos", escreveu Albert Sun no "NYT", depois de testar vários dos rastreadores.

O "NYT" informou que os rastreadores de atividade geraram vendas de US$ 290 milhões em 2013, e as vendas podem dobrar em 2014. Os aparelhinhos podem não ser inteiramente precisos —os rastreadores de pulso usados por Sun não reconheceram o movimento feito por sua perna batendo no ritmo de uma música nem o tempo que ele passou andando numa bicicleta ergométrica. Mas oferecem outros benefícios.

No ano passado, o médico Rajani Larocca, do hospital Massachusetts General, fez um estudo das mudanças de estilo de vida que incentivaram o exercício físico e a alimentação saudável. Os participantes do estudo usaram monitores Fitbit Zip, que aumentaram sua motivação. "Todos os participantes, sem exceção, aumentaram sua atividade física", contou o médico. "As pessoas se sentiam mais bem informadas."