A Apple, a empresa que transformou a música digital em um mercado de peso, afirmou no dia 28 de maio que estava comprando a Beats Electronics por 3 bilhões de dólares, em uma jogada para acompanhar os concorrentes que oferecem serviços de música por assinatura.
Os executivos da Apple e da Beats afirmaram que as empresas trabalhariam em parceira para dar mais opções musicais aos clientes do mundo todo. A marca Beats continuará separada da Apple, e a Apple irá oferecer tanto o serviço de streaming, quanto os fones de ouvido de alta qualidade da Beats. A Apple também afirmou que o iTunes, que vende músicas e álbuns e oferece um serviço de rádio por streaming, continuará a existir em conjunto com o serviço de música da Beats.
A compra da Beats traz Jimmy Iovine, executivo de longa data da indústria fonográfica, e o rapper Dr. Dre para trabalhar em parceria com Eddy Cue, o executivo da Apple a cargo dos serviços de internet.
Timothy D. Cook, executivo-chefe da Apple, enfatizou diversas vezes os talentos que Dr. Dre e Iovine trariam para a Apple. Ele também elogiou o serviço de música por assinatura da Beats, que permite que as pessoas criem e compartilhem playlists. "Esses caras são muito especiais", afirmou Cook. "É como encontrar o grão de areia certo na praia. Eles são raros e muito difíceis de achar".
Para a Apple, a aquisição da Beats, esperada há semanas, segue um padrão que já é bem conhecido. A Apple sempre comprou empresas de tecnologia que possuem os recursos e os talentos que podem ser integrados a seus futuros aparelhos e serviços online.
Até o momento, a Apple, a empresa de tecnologia mais rica do mundo, evitou compras bilionárias em favor de acordos menores. Por isso, a compra da Beats irá gerar questionamentos sobre o motivo da aquisição de uma empresa da indústria musical, ao invés de expandir os próprios produtos.
O crescimento da loja do iTunes foi extremamente prejudicado por empresas como o Spotify e a Pandora, que permitem que as pessoas façam streaming gratuito de músicas com propagandas, ou por meio de uma assinatura.
"A Apple esteve na crista da onda até agora, e se essa é a razão da compra, isso pode dar crédito à visão de que a empresa já não se encontra mais na dianteira", afirmou Maynard Um, analista financeiro da Wells Fargo.
O Napster, o site pioneiro de downloads, deu o chacoalhão inicial na indústria fonográfica quando surgiu em 1999 e causou a falência de muitas empresas do setor. Com o surgimento do iPod, da loja do iTunes e de sites como a Amazon, os dowloads tomaram o espaço dos CDs, mas nunca alcançaram o mesmo volume de vendas. Agora, é a vez dos downloads pagos começarem a cair.
"Os serviços de streaming e de música por assinatura chegaram a um momento crucial", afirmou McQuivey. "Esse é provavelmente o novo rumo do setor".
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