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Metrô guarda lampejos do passado

A estação City Hall foi desativada na década de 1940, mas ainda pode ser vista pelos que permanecem no trem da linha 6 quando ele dá a volta na extremidade sul do seu percurso | Bryan Thomas para The New York Times
A estação City Hall foi desativada na década de 1940, mas ainda pode ser vista pelos que permanecem no trem da linha 6 quando ele dá a volta na extremidade sul do seu percurso (Foto: Bryan Thomas para The New York Times)

Uma delas é um centenário entroncamento do transporte público, que teve a chance de envelhecer graciosamente sob Manhattan, com candelabros, pisos de terracota e arcos azulejados, tudo cuidadosamente preservado.

A outra é a vergonha esquecida do metrô de Nova York, forjada com tinta spray azul e chapas de metal ondulado, abandonada desde a década de 1970, quando atendia a um bairro do Brooklyn muito pouco semelhante ao atual.

Há várias estações escondidas no emaranhado subterrâneo da cidade, mas nenhuma oferece imagens tão contrastantes do passado nova-iorquino quanto essas duas: a velha estação City Hall, orgulho da Interborough Rapid Transit Company, e, no nível mais baixo, a estação Bergen Street, que já foi cenário de um filme de terror.

Ambas podem ser vislumbradas por quem souber procurar.

A companhia que administra o metrô de Nova York começou nos últimos anos a permitir que os passageiros permaneçam no trem da linha 6 quando ele dá a volta na extremidade sul do seu percurso. E, nos últimos anos, obras numa linha no Brooklyn estão redirecionando os trens da linha F para os antigos trilhos expressos que passam sob a região de Cobble Hill.

As estações são emblemas, respectivamente, de um padrão impossível e de uma indelével deterioração.

Elas são particularmente notáveis porque podem ser observadas quase acidentalmente por um vagabundo que durma demais na linha da Lexington Avenue e que, ao acordar, descubra uma joia da virada do século 20 na Brooklyn Bridge-City Hall, ou por um passageiro que esteja indo trabalhar a bordo de um expresso-surpresa para Manhattan.

Para os passageiros da linha F, ela surge de forma tênue, seguida por dois clarões: as colunas emboloradas, uma escadaria que leva a um saguão mergulhado na penumbra e paredes com pichações —algumas novas, outras aparentemente com décadas de idade. A estação foi desativada em 1976.

"É meio que uma janela para aquele tempo, quando o sistema do metrô era diferente e nem de perto tão seguro", disse Benjamin Kabak, dono do site Second Ave.

Na City Hall, a aventura é celebrada. Segundo o site da empresa que administra o metrô, filiados ao Museu dos Transportes de Nova York podem comprar ingressos para visitas guiadas à estação, apresentada como "a Joia da Coroa".

Uma recente passada pela alça de retorno da estação Brooklyn Bridge-City Hall revelou as luminárias, as placas de faiança e o acesso arqueado.

Já a estação do Brooklyn talvez tenha tido sua mais ampla exposição em 1990, como cenário de "Alucinações do Passado", filme estrelado por Tim Robbins como um perturbado veterano do Vietnã.

Adrian Lyne, diretor do filme, disse que a estação cresceu no seu papel de coadjuvante. "Funcionou muito bem para mim", recorda. "É um lugar bastante fantasmagórico."

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