Os bares e jardins construídos sobre telhados podem atrair muito movimento nas grandes cidades, mas os homens não são os únicos a apreciar a vista.
Um lugar que vem atraindo seres de outro tipo é o Centro de Convenções Jacob K. Javitz, em Nova York.
No passado, o edifício era conhecido por ser letal para as aves que se chocavam contra sua fachada espelhada. Hoje, graças a uma reforma que levou cinco anos e custou meio bilhão de dólares, o imóvel está se tornando um refúgio de aves, morcegos e outros animais.
Novos painéis de vidro com estampas reduziram em 90% as mortes de aves, e um novo telhado verde com 2,5 hectares de sedum, planta rasteira resistente usada em coberturas verdes, vem atraindo várias espécies. Já foram avistados até agora 11 tipos de aves (tordos, falcões-americanos, gaivotões-reais e outros), além de cinco tipos de morcegos e de insetos que servem de alimentos a todos.
O objetivo da reforma foi reduzir o consumo de energia, mas os arquitetos também queriam se assegurar de resolver “o problema das aves”, disse Bruce Fowle, diretor da empresa FXFowle Architects.
Agora que as aves estão felizes, também há o potencial de atrair abelhas. Três colmeias foram montadas sobre o telhado. “Queremos comer o mel produzido no Javitz”, disse o presidente e executivo-chefe do centro, Alan Steel.
Neste verão norte-americano, os aficionados por abelhas urbanas puderam se alegrar com o Barclays Center, onde está sendo erguido um telhado sobre a quadra de basquete usada pelo time Brooklyn Nets. O espaço de 1,2 hectare do telhado abriga milhares de plantas sedum, que estão entre as favoritas das abelhas.
Durante alguns dias, “o espaço verde virou o destino de centenas ou até milhares de abelhas que apareceram de uma hora para outra para se alimentar do sedum”, escreveu James Barron.
A visita das abelhas foi passageira: elas partiram depois de alguns dias. Mas sua aparição foi “um efeito inesperado e surpreendente” da obra, disse Ashley Cotton, da Forest City Ratner Companies, que construiu o imóvel.
Outro projeto que está atraindo o mundo natural para um ambiente humano ambiciona ter um impacto duradouro. Trata-se de uma horta plantada sobre um telhado em St. Louis, Missouri, onde estão sendo cultivadas verduras orgânicas, dentro do projeto Food Roof Farm (Horta Alimentícia de Telhado).
Quando comprou o imóvel, em 2008, Beau Reinberg pretendia abrir um restaurante na cobertura. Porém, três anos atrás, ele foi procurado por Mary Ostafi, fundadora da organização sem fins lucrativos Urban Harvest STL, com a proposta de arrendar o espaço para a criação de uma horta orgânica. Reinberg mudou seus planos.
“Depois de passar por quatro ou cinco anos de dificuldades econômicas no setor imobiliário, você fica criativo na hora de imaginar coisas que podem funcionar bem.”
Por enquanto, o projeto inclui uma estufa e colmeias de abelhas, e a previsão é que seja construído um galinheiro. Também há planos de alugar canteiros de horta a moradores das redondezas. À medida que a horta for ganhando vida, Ostafi espera que ela ajude a comunidade em volta a se fortalecer.
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