Andrei Opincaru, romeno de 29 anos, veio para a Inglaterra na esperança de conseguir um bom emprego aproveitando-se dos novos direitos estendidos aos trabalhadores da Romênia e Bulgária, que foram os últimos a entrarem na União Europeia. Mas Opincaru, como outros recém-chegados, ficou surpreso com o quão pouco a sua cidadania europeia adiantou para protegê-lo contra uma reação política intensa contra a medida trabalhista.
A tensão se tornou mais evidente em maio quando Nigel Farage, o líder do Partido Independente do Reino Unido, expressou desconforto com a ideia de ter vizinhos romenos, indicando que havia um alto índice de criminalidade entre os romenos. O Partido Independente conquistou cerca de um quarto dos votos na eleição de maio para os membros do Parlamento Europeu. Opincaru conseguiu emprego na construção civil, mas ele e outros compatriotas afirmam que se sentem como cidadãos de segunda classe.
Quando a União Europeia estendeu direitos trabalhistas integrais aos romenos e búlgaros esse ano, permitindo que os trabalhadores de lá tivessem livre circulação em toda a Europa, os políticos nacionalistas alertaram que haveria uma onda de imigrantes desesperados que tomariam os empregos dos trabalhadores ingleses. As manchetes previram um aumento da criminalidade e fraudes nos benefícios sociais. Philippa Roe, do Partido Conservador, disse que a chegada dos romenos e búlgaros agravaria problemas como a mendicância.
Em novembro, o governo congelou os empréstimos e outros auxílios financeiros de milhares de alunos romenos e búlgaros como "medida de precaução".
O número de romenos e búlgaros trabalhando na Inglaterra entre janeiro e março este ano caiu de 144.000 para 140.000 em relação ao trimestre anterior, segundo o Departamento de Estatística Nacional. Isso em comparação a um milhão e 700 mil imigrantes do restante da União Europeia.
Nem todos são pouco acolhedores. A Igreja Batista de Muswell Hill em Londres criou uma organização de caridade para ajudar os romenos. "Devemos tratá-los como cidadãos europeus, e não pela nacionalidade", declarou Martin Stone, que dirige o programa. "Devemos crescer em vez de nos rebaixar com um nacionalismo mesquinho. Sabemos o que essas acusações causaram no passado".
Parte da antipatia remonta às decisões anteriores de permissão da imigração irrestrita da Polônia e de sete outras nações do leste europeu após a adesão desses países à União Europeia em 2004.
Esse ano, o governo endureceu as regras para os imigrantes solicitando benefícios. Eles não têm direito ao seguro-desemprego durante os três primeiros meses da chegada ao país, e precisam comprovar ganhos semanais de pelo menos 255 dólares antes de poder se inscrever em creches, programas de saúde e habitação e no seguro-desemprego.
Apesar da tensão, os romenos e búlgaros afirmaram que estavam ansiosos para se mudar. Andreea Corsei, de 28 anos, que é formada em direito na Romênia, sonha em abrir um escritório de advocacia na Inglaterra com o marido.
Os romenos na Inglaterra enfrentam "muros muito altos", mas também temos a oportunidade de "provar do que somos capazes", ela disse.
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